Título: Analistas apostam em alta do PIB superior a 5% no segundo trimestre
Autor: D'Ercole, Ronaldo e Berlinck, Deborah
Fonte: O Globo, 12/09/2007, Economia, p. 22

Consumo das famílias e investimentos devem puxar o crescimento.

RIO, SÃO PAULO e ESTOCOLMO. Economistas e analistas de mercado apostam em um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) superior a 5% no segundo trimestre de 2007, na comparação com igual período de 2006. O consumo das famílias e a expansão dos investimentos são apontados como os responsáveis pelo avanço. Em relação ao primeiro trimestre, já excluídos os efeitos sazonais, as estimativas indicam alta acima de 1%. Os dados oficiais serão divulgados hoje pelo IBGE.

O economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto, aposta em uma expansão de 5,6% na comparação com o segundo trimestre de 2006, impulsionada pelo mercado interno. Zeina Latif, economista-chefe do Banco Real, também aponta a aceleração na demanda interna como motor do crescimento. Ela estima que o consumo das famílias avançará 5,6% no período, e os investimentos, 11,3%. Sob a ótica da oferta, a maior contribuição virá da indústria, na opinião de Zeina, que projeta crescimento de 8,4% do setor sobre o segundo trimestre de 2006. O avanço do PIB é estimado em 5,9%.

A economista do Real observa, porém, que os dados devem mostrar que a economia brasileira está crescendo acima do seu potencial, o que demandará mais investimentos para evitar gargalos de capacidade produtiva.

- É importante que os investimentos continuem em alta porque não se vê acomodação no nível de utilização da capacidade - adverte.

Na avaliação do professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Rogério Sobreira, eles tendem a continuar, mesmo com a tendência de redução no ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic. Apesar de acreditar que a crise no mercado de crédito imobiliário americano vai respingar na economia real, Sobreira manteve sua previsão de crescimento anual do PIB de 4,8% a 5% para 2007. Em relação ao primeiro trimestre, as projeções variam de um incremento de 0,8%, previsto pela MB Associados, a 1,3%, do banco Schahin.

Brasil assina acordo de bioenergia com Suécia

Em visita oficial a Suécia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai trabalhar para que não haja superaquecimento da economia.

- Tudo que é superaquecido queima. Se você colocar pão no fogo, feijão, carne, e superaquecer, você estraga o seu prato - afirmou Lula, enfatizando que vai evitar "tomar atitudes para frear a economia". - Não queremos jogar água gelada.

Lula assinou com o primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, um memorando para aumentar a cooperação dos dois países na área de bioenergia. Na ocasião, Reinfeldt anunciou que, até 1º de janeiro de 2009, eliminará a sobretaxa sobre a importação de etanol cobrada pelo seu país. Hoje, 80% do etanol consumido na Suécia são do Brasil.

(*) Enviada especial

COLABOROU Danielle Nogueira