Título: Barril do petróleo atinge os US$80
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 13/09/2007, Economia, p. 31

Produto sobe 2,15% em NY, em novo recorde histórico. Bovespa recua 0,07%.

RIO, NOVA YORK e LONDRES. Os preços do petróleo encostaram ontem nos US$80, marcando um novo recorde histórico, devido à queda de 2,2% nos estoques americanos na semana passada. A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de elevar sua produção em 500 mil barris diários a partir de novembro, anunciada na véspera, não teve efeito. Esse recorde afetou Wall Street e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que fecharam em baixa depois de ficar boa parte do dia em terreno positivo.

Em Nova York, o preço do barril do tipo leve americano para entrega em outubro subiu 2,15%, para US$79,91, o maior patamar já registrado. No pregão, chegou a ser negociado a US$80,18. Em Londres, o barril do Brent avançou 1,7%, para US$77,68. Ainda assim, considerando-se a inflação, os preços estão abaixo do patamar atingido no início dos anos 80, após a revolução iraniana, de US$90.

No Brasil, dólar fecha em queda de 0,83%

Segundo Tomás Goulart, economista do Modal Asset, a alta do petróleo afetou as bolsas porque os investidores temem que a gasolina mais cara iniba o consumo e pressione a inflação dos EUA, o que levaria o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a não reduzir os juros, hoje em 5,25% ao ano, no próximo dia 18.

Por isso, apesar da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), a Bovespa fechou em queda de 0,07%, aos 53.882 pontos, acompanhando Wall Street. Em um dia de forte volatilidade, a Bolsa, que abriu em queda e ficou quase todo o dia em terreno positivo, acabou virando pouco antes do fim do pregão. Em Nova York, Dow Jones e Nasdaq recuaram 0,13% e 0,21%, respectivamente.

O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, disse ontem que a turbulência nos mercados causada pela crise das hipotecas de alto risco (subprime) vai demorar a passar. Isso levou o euro a seu maior patamar histórico, cotado a US$1,3901. A moeda recuou depois para US$1,3889.

No Brasil, o dólar caiu 0,83%, cotado a R$1,910, com a forte entrada de divisas no país, segundo operadores. O risco-Brasil recuou 1,43%, para 206 pontos centesimais.

- A volatilidade continua. O Brasil, porém, está bem preparado. Por isso, vemos várias empresas entrando com pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários. A divulgação do resultado do PIB teve pouca influência no mercado ontem, pois as empresas já haviam divulgado seus resultados. Por isso, a alta já era esperada - disse André Lago Jakurski, analista de Renda Variável da Mellon Global Investments.

(*) Com agências internacionais