Título: Mantega acena com corte em outros tributos
Autor: Batista, Henrique Gomes e Jungblut, Crsitiane
Fonte: O Globo, 14/09/2007, O País, p. 14

Ministro sugere desonerar folha de pagamentos; Palocci faz emenda para proteger cota da saúde.

BRASÍLIA. Após encontro com parlamentares, o ministro Guido Mantega voltou a afirmar que, em vez de reduzir a alíquota da CPMF, o governo poderá aprovar a desoneração da folha de pagamentos do empregador, que hoje recolhe 20% ao INSS. Mas não definiu prazos:

- Havendo margem e disponibilidade, continuaremos nosso programa de desoneração.

Romero Jucá disse que, caso o governo reduza a CPMF, os recursos destinados à saúde serão mantidos. No relatório de Palocci foi incluída uma "emenda de proteção" - se a alíquota de 0,38% sofrer cortes nos próximos anos, a parcela de 0,20% destinada à saúde deverá ser mantida. Nesse caso, a diminuição na arrecadação atingiria a Previdência, que fica com a 0,1%, ou o Fundo de Combate à Pobreza, que recebe 0,08%.

Palocci disse que o governo está disposto a manter o processo de desoneração tributária, que já significou R$30 bilhões de renúncia fiscal:

- O governo tem feito um número enorme de desonerações, que têm efeito na economia.

Integrantes de PMDB, PP e PR ainda acreditam que o governo fará uma sinalização na votação em plenário. Esses partidos pressionam principalmente por mais nomeações no governo. O líder do PSB, Márcio França (SP), esperava pelo menos um acordo para mudanças ou compensações futuras:

- A reunião foi totalmente evasiva. Mas o governo tem espaço tributário para ceder. A questão é: ceder em quê?