Título: Jobim defende investimento na indústria bélica nacional
Autor: Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 18/09/2007, O País, p. 5

País deve assumir liderança na AL, diz ele.

ITAOCA (ES). Convidado principal de uma simulação de guerra, a Operação Albacora, no Sul do Espírito Santo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez ontem campanha pelo incremento da indústria bélica nacional. Num discurso afinado com o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem disse ter conversado sobre o tema, Jobim afirmou que é hora de o Brasil assumir sua liderança na América Latina. O ministro ressaltou que parte dessa disposição para investir no setor está clara no Orçamento previsto para 2008: R$10 bilhões, R$3 bilhões a mais do que o deste ano. Jobim disse não temer reações dos Estados Unidos, como aquela que sucedeu à compra de armas pela Venezuela.

- O que outros podem pensar é assunto deles, não nosso. Vamos pensar no que interessa ao país. O compromisso é com o país - disse o ministro, escoltado pelos comandantes da Marinha, Julio Soares de Moura Neto; do Exército, Enzo Martins Peri; e da Aeronáutica, Juniti Saito.

A guerra no país fictício de Escarlatéia mobiliza 8.800 militares das três Forças, 19 navios, 41 aeronaves, 257 carros e nove embarcações de menor porte. Fuzileiros navais começaram a desembarcar na sexta-feira e tomaram os morros da região, em uma luta entre verdes (que defendem Escarlatéia) e amarelos (que tentam tomá-la). Os militares treinam estratégias para a preservação da soberania do país, em especial o mar territorial e a chamada Amazônia Azul.

À paisana, Jobim cometeu uma pequena gafe: optou por uma camisa amarela, cor que representa a tropa inimiga.