Título: Em 2000, chefe da PF ajudou a deter ex-banqueiro
Autor: Frisch, Felipe e Melo, Liana
Fonte: O Globo, 18/09/2007, Economia, p. 18

BRASÍLIA. O novo diretor da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, tem um motivo especial para aguardar a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola. Coube a Corrêa, em junho de 2000, quando era um delegado pouco conhecido fora dos quadros da PF, chefiar a equipe que prendeu Cacciola num luxuoso spa em Gramado (RS). Até aquele momento, Cacciola ainda era um banqueiro poderoso e, supostamente, imune às investigações policiais.

A ordem de prisão foi expedida pelo juiz federal do Rio de Janeiro Alberto Fernandes Gomes, em caráter preventivo. As investigações sobre Cacciola e a então cúpula do Banco Central foram coordenadas pelo delegado Luiz Pontel de Souza, hoje diretor de Gestão de Pessoal da PF, um dos principais auxiliares de Corrêa.

Logo após receber o despacho do juiz, Pontel acionou Corrêa, então chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF no Rio Grande do Sul, que mandou uma equipe para Gramado. Procurado pelo GLOBO, Corrêa pediu que Pontel falasse por ele. Para o delegado, Cacciola será extraditado.

- Existe um interesse forte do governo brasileiro no caso, e ele já foi alvo de uma CPI - disse Pontel.