Título: Pista teria de ser mais longa, diz especialista
Autor: Franco, Ilimar
Fonte: O Globo, 20/09/2007, O País, p. 10

Coronel diz à CPI que piloto acionou o freio nove segundos após tocar o solo, perdendo 630 metros.

BRASÍLIA. Contratado pela CPI do Apagão Aéreo da Câmara para analisar as duas caixas-pretas do Airbus da TAM que explodiu em Congonhas, o coronel Antônio Junqueira concluiu que se a pista fosse mais extensa poderia ter evitado o acidente. O militar, que já dirigiu o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), disse que se a houvesse mais 1.278 metros de pista, o avião, mesmo com problema num dos reversos, não teria explodido. A pista de Congonhas tem 1.940 metros.

Junqueira demonstrou, com dados da caixa-preta, que o piloto só pisou no freio nove segundo após tocar a pista. A demora em acionar fez o avião perder 630 metros da pista, quando começou a frear. Para evitar o acidente, então, a pista teria de ter 3.218 metros.

- Naquela situação de pouso, com pista molhada, o avião a 200 quilômetros por hora e pesando 63 toneladas, só teria condições de pousar em Cumbica, em Viracopos, no Galeão ou no aeroporto de Brasília - disse.

Para ele, a demora se deveu à aposta de que o freio automático iria funcionar, uma vez que nem ele nem o co-piloto teriam visto que os manetes da aeronave estavam em posições diferentes.