Título: Rendimento médio mensal caiu 4,4% entre 2000 e 2005, segundo IBGE
Autor: Almeida, Cássia e Melo, Liana
Fonte: O Globo, 20/09/2007, Economia, p. 26

Percentual de assalariados que ganham o mínimo passou de 30% para 45%.

O salário médio mensal real dos assalariados caiu 4,4% entre o ano de 2000 e de 2005, de acordo com o levantamento do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado ontem pelo IBGE. A remuneração, que há sete anos era de R$1.109,24, caiu para R$1.060,48 em 2005. Já em relação a 2004, houve alta de 1,5%. A pesquisa levou em consideração 5,7 milhões de empresas, órgãos da administração pública e entidades sem fins lucrativos.

Os dados do Cempre mostraram que o crescimento da massa salarial no período foi menor (22,8%) do que o aumento registrado no número de pessoas ocupadas assalariadas (28,5%). Os salários e remunerações pagos em 2005 somaram R$444,3 bilhões.

- Esse fenômeno curioso pode ser explicado pela queda no rendimento das atividades mais bem remuneradas, como setor financeiro, e também nas empresas com mais de 50 funcionários. Ou seja, entre as grandes, pode ter havido uma substituição de pessoal com salários menores - explicou o gerente do Cempre, Roberto Neves Sant"anna.

Pessoal ocupado aumentou 5,3% em relação a 2004

Segundo o levantamento, do total de pessoal ocupado assalariado em 2005, 45,2% recebiam até dois salários mínimos. Em 2000, esse percentual era inferior, de 30,8%.

Em relação a 2004, ano anterior ao levantamento, o pessoal ocupado total aumentou 5,3%, para 39,6 milhões. O estado de São Paulo, sozinho, ainda responde pela maior participação do pessoal ocupado assalariado, com 29,7%, acima dos demais estados do Sudeste (22,2%); Sul (17,7%); Nordeste (17,4%); Centro-Oeste (8%) e Norte (5%). Sant"Anna ressaltou, porém, que, apesar da concentração, São Paulo teve queda frente aos 30,9% registrados em 2000. Já os estados de Norte e Nordeste apresentaram maior participação.

- É um dado importante e positivo, porque mostra que está havendo alguma migração para os demais estados, mesmo que discreta - frisou o técnico do IBGE.