Título: Ibope: 54% querem o fim imediato da CPMF
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 21/09/2007, O País, p. 5

Pesquisa mostra que governo Lula é considerado bom ou ótimo por 48% dos entrevistados.

BRASÍLIA. Mais de metade da população brasileira defende o fim imediato da CPMF, que vigora até dezembro e o governo tenta renovar até 2011. Pesquisa Ibope divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que 54% dos entrevistados são favoráveis à extinção imediata da contribuição, enquanto 12% defendem o fim do imposto, mas por meio de uma redução gradativa. Para outros 12%, a renovação da CPMF deveria ocorrer, mas com percentual menor, e apenas 5% defendem a continuação da cobrança como é hoje.

Não souberam responder ou não opinaram 18%. O maior índice de pessoas contrárias à prorrogação da CPMF está entre os entrevistados com nível superior, entre os quais atinge a marca de 73%. O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre 13 e 18 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos.

Para 62% da população, a CPMF não é necessária porque o governo já arrecada muito, enquanto 19% defendem a necessidade do tributo para o custeio da saúde e dos programas sociais. Numa outra pergunta, 57% disseram acreditar que a CPMF contribui para a alta da carga tributária do país, sendo que 16% pensam que a cobrança é vantajosa por ser de fácil de cobrança e não permitir a sonegação.

Para 85% dos entrevistados, o valor dos impostos é alto em comparação com a qualidade dos serviços prestados pelo governo. Apenas 9% consideraram a cobrança adequada para os serviços públicos prestados. Uma parcela menor ainda - 3% - acredita que os impostos são baixos em relação à qualidade dos serviços do governo.

- É um placar que impressiona. Os favoráveis à extinção, mesmo que gradual, chegam a 62%. Tenho idéia de que esse debate sobre a CPMF colocou luz na questão dos gastos públicos e pode ter contribuído nessa pequena variação na popularidade de Lula - avaliou o presidente da CNI, deputado Armando Monteiro (PTB-PE).

Governo perde pontos na avaliação boa e ganha na ruim

A avaliação do governo Lula caiu dois pontos percentuais entre junho e setembro, segundo a pesquisa Ibope. Em setembro, 48% entrevistados disseram considerar o governo ótimo e bom, contra 50% na pesquisa de junho. O percentual dos que consideram o governo regular subiu de 32% para 33%, enquanto o dos que consideram o governo ruim e péssimo subiu de 16% em junho para 18% em setembro. Todas as variações ficaram dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, mas indica leve queda de popularidade.

De acordo com a pesquisa, realizada entre 3 e 18 setembro, também caiu a aprovação ao governo, de 66%, em junho, contra 63% agora. Já a desaprovação cresceu de 30%, em junho, para 33% em setembro.