Título: BNDES quer repasse maior do FAT
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 22/09/2007, Economia, p. 38

Banco solicita "encarecidamente ser melhor aquinhoado", diz Coutinho.

SÃO PAULO e BRASÍLIA. O BNDES negocia com o Ministério do Trabalho o repasse de uma parcela maior de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O objetivo é reforçar o caixa do banco para 2008 e dar conta da demanda crescente por novos financiamentos. Hoje, cerca de 40% dos recursos liberados pelo BNDES vêm do FAT.

- O BNDES está encarecidamente solicitando ser melhor aquinhoado - afirmou o ontem o presidente do banco, Luciano Coutinho.

O banco estuda ainda fazer nova captação no mercado interno ainda no primeiro semestre do próximo ano. Coutinho não quis adiantar o valor da emissão, que deve ser na forma de debêntures da BNDESPar. Ele afirmou que, com o anúncio do grau de investimento para o Brasil, estimado por ele para o primeiro semestre de 2008, as condições de financiamento externo ficarão mais atraentes.

Outra estratégia é negociar o repasse de linhas de financiamentos de organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o BID. Segundo Coutinho, o Brasil vive hoje "o problema da retomada do crescimento", que exige mais recursos para financiamentos de projetos.

Todo esse esforço está voltado para o Orçamento de 2008, que ainda não está fechado (este ano, o teto é de R$65 bilhões). Sem dar números, Coutinho ressaltou que há um "gap (diferença) muito forte" entre valores de aprovação e pagamento. Em 12 meses encerrados em agosto, o BNDES desembolsou R$61,7 bilhões, mas os projetos aprovados totalizaram R$89,7 bilhões. Coutinho reconheceu que a burocracia tem atrasado projetos do PAC, mas que "as coisas estão se movendo".

- O PAC está deslanchando, apesar da má vontade da imprensa - afirmou.

A Norberto Odebrecht recorreu ontem ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a decisão da Secretaria de Defesa Econômica (SDE) que proibiu a empreiteira, por meio de medida preventiva, de prosseguir com cláusula de exclusividade no contrato com a General Electric. A SDE abriu um processo administrativo para investigar a construtora por infração à ordem econômica. Para o órgão, a empresa é suspeita de fechar o mercado para acesso dos concorrentes a fornecedores de máquinas e equipamentos nos leilões das hidrelétricas do Rio Madeira (RO).

COLABOROU Mônica Tavares