Título: A corrida tucana
Autor: Franco, Ilimar
Fonte: O Globo, 24/09/2007, O Globo, p. 2

As pesquisas, Ibope e Ipsos, que apontam a preferência pelo governador José Serra (SP) para concorrer pela oposição à Presidência da República em 2010, acordaram o governador Aécio Neves (MG). O tucano mineiro começou a organizar uma estrutura de. Marketing de comunicação para cuidar de sua campanha ,sobretudo enfrentar seu ponto fraco: o de não ser reconhecido no país.

Nas eleições do ano que vem, na condição de líder político, Aécio pretende percorrer o país apoiando candidatos tucanos e de partidos aliados às prefeituras municipais. Os articuladores de sua candidatura também dizem que chegou a hora de intensificar a comunicação de sua gestão no governo mineiro, e que ele deveria ter uma maior presença na mídia eletrônica, tanto participando de programas populares quanto de entrevistas. No campo da política, seus aliados se esmeram em demonstrar que Aécio Neve em Minas Gerais, e que sua candidatura pode deslocar forças políticas (com PTB e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral) que hoje apóiam o presidente Lula, para a oposição.

Esses movimentos do mineiro ocorrem paralelamente à movimenta do tucano paulista para suprir seus pontos fracos. Com vantagem nas pesquisas, inclusive nas projeções de segundo turno , José Serra tem como tarefa imediata pacificar o PSDB paulista. Ele anda conversando com todos os tucanos, inclusive seus adversários internos. Seus alia-

dos dizem que ele já não tem tanta certeza se deve forçar a mão para fazer os tucanos apoiarem a candidatura à reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM). Eles arriscam a dizer que, em nome da pacificação, Serra está se inclinando a apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura de São Paulo.

- O Serra está mais agregador, e sua disposição é de disputar menos e de produzir mais convergências sintetiza o deputado José Anibal (pSDB-SP).

Os tucanos paulistas, principalmente os serristas, querem que Aécio Neves seja o candidato a vice. Isso garantiria a Serra uma expressiva votação em Minas Gerais, a exemplo do que representou o vice José Alencar para o presidente Lula. Mas o governador mineiro decidiu trabalhar em faixa própria, a exemplo de sua candidatura a presidente da Câmara, quando enfrentou os caciques de seu partido. Para os tucanos, tudo o que não pode ocorrer nessa jornada é a divisão interna. Alegam que as disputas internas pesaram nas derrotas de Serra, em 2002, e de Alckmin em 2006.