Título: Cai o 4º dirigente da Anac, e só resta Zuanazzi
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 26/09/2007, O País, p. 12

CRISE AÉREA: Diretor demissionário fez viagem aos Estados Unidos, para ministrar uma palestra, à custa da TAM.

Economista Josef Barat entregou sua carta de renúncia a Jobim e alegou "conflito de conceitos e convicções".

BRASÍLIA. O economista Josef Barat renunciou ontem ao cargo de diretor da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Ele foi o quarto dirigente da agência a cair desde o início da crise no setor aéreo, no final do ano passado. Da primeira e original direção da Anac, formada por cinco diretores, resta apenas o petista Milton Zuanazzi, que preside a agência e resiste a sair. Barat entregou sua carta de renúncia ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, e argumentou que estava saindo por questão de divergência entre seus pontos de vista e os de outros dirigentes da Anac.

"Razões de foro íntimo resultantes do fato de meus conceitos e convicções acerca da natureza de uma agência reguladora como organização de Estado - expostos exaustivamente em textos de minha autoria - conflitarem com o que presenciei ao longo do exercício de minhas funções na Agência Nacional de Aviação Civil, me impelem neste momento a renunciar ao mandato", afirmou Barat na sua carta.

Em recente audiência pública na CPI do Apagão Aéreo do Senado, Barat afirmou que não via a hora de deixar a Anac e chegou a se apresentar como um dos maiores especialistas mundiais no setor aéreo. Apesar de demissionário, Barat se ofereceu, na carta, a colaborar com o ministro. Ele afirmou ter uma "auspiciosa identidade de ponto de vista" com Jobim.

Mesmo no momento de despedida, Barat fez um auto-elogio e afirmou que sempre identificou os gargalos estruturais do setor. O economista ganhou espaço no noticiário por ter feito uma viagem aos Estados Unidos, onde foi ministrar uma palestra, à custa da TAM. Antes de assumir a agência, ele era diretor de uma empresa que prestava consultoria para as companhias aéreas.