Título: Bolsa Família: 21% sem controle de freqüência
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 28/09/2007, O País, p. 11

Governo aumenta acompanhamento escolar, mas 3,2 milhões de jovens ficam de fora.

BRASÍLIA. O controle de freqüência escolar do Bolsa Família deixa de fora 3,2 milhões de estudantes, o equivalente a 21% dos 15,1 milhões de crianças e jovens atendidos pelo programa. A cobertura, porém, vem crescendo e subiu de 68%, nos meses de abril e maio, para 78,9%, em junho e julho deste ano. É o que anunciou ontem o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ao divulgar os resultados de junho e julho, quando 2,13% dos alunos assistiram a menos de 85% das aulas - exigência do programa.

O balanço mostra que a abrangência do sistema de controle varia entre os estados. O Distrito Federal tem a menor taxa de acompanhamento - 60,6% -, e Santa Catarina, a maior, com 84,9%. O Rio de Janeiro está em segundo lugar, tendo informado ao governo federal a freqüência escolar de 84,4% dos filhos de beneficiários.

A secretária de Renda de Cidadania, Rosani Cunha, reconheceu que é preciso aumentar a cobertura, embora comemore o avanço. "É preciso melhorar a informação e identificar as famílias que não cumpriram as condicionalidades", disse, em nota divulgada pelo ministério.

A diretora de Gestão dos Programas de Transferência de Renda, Camile Mesquita, explicou que o público-alvo do Bolsa Família é formado pela população mais pobre, que costuma mudar de bairro, cidade e região regularmente, dificultando o controle. As prefeituras informam ao Ministério da Educação, que repassa os dados ao Ministério do Desenvolvimento Social. O governo quer incentivar as escolas a prestar informações diretamente ao MEC.