Título: Alimento pressiona e IGP-M vai a 1,29%
Autor: Duarte, Patricia
Fonte: O Globo, 28/09/2007, Economia, p. 30

Índice que reajusta aluguéis e energia é o maior desde julho de 2004.

SÃO PAULO e RIO. Após chegar a 0,98% em agosto, o IGP-M deu novo salto e atingiu 1,29% em setembro. Foi a maior variação desde julho de 2004 (1,31%). O índice, que reajusta tarifas de energia, aluguéis e contratos de prestação de serviços, acumula 4,07% no ano e 5,67% em 12 meses. A inflação voltou a ser puxada pela aceleração dos produtos agrícolas.

Segundo Salomão Quadros, da Fundação Getulio Vargas (FGV), dois terços da inflação vieram dos itens agrícolas do Índice de Preços no Atacado (IPA). A alta desses produtos em setembro foi de 5,57%, a maior desde outubro de 2002. Em 12 meses, a elevação vai a 17,03%. Entre os destaques estão soja (3,5%), milho (6,34%) e trigo (7,76%).

Com base no resultado, a FGV aumentou sua previsão para o IGP-M em 2007 de 4% para 5%. Quadros, porém, não vê sinais de descontrole, porque a alta tem sido puxada pela correção internacional de preços agrícolas, não pela demanda. A estimativa é que o índice de outubro fique abaixo do de setembro.

- É uma inflação de alimentos, e a demanda tem sido secundária - diz, acrescentando que a pressão maior já passou, sobretudo com o equilíbrio da cadeia do leite e da carne, o que contribuiu para o recuo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 0,39% para 0,21%.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também acredita que os fatores que fizeram a inflação subir são transitórios.

- E o BC tem sido muito competente em manter as expectativas de inflação sob controle. A taxa de juros poderá continuar caindo. Existe espaço. (Aguinaldo Novo)