Título: Fabricantes de itens plásticos brigam por reajustes de até 7% em outubro
Autor: Nogueira, Danielle e Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 30/09/2007, Economia, p. 34
Indústria admite que alta de embalagens pressionará preços de alimentos.
Depois de aceitarem reajustes dos fornecedores de resinas de até 13% este ano e prevendo novas altas a partir de outubro, as empresas da terceira geração petroquímica já travam uma queda-de-braço com seus clientes na tentativa de repassar o aumento de custos este mês.
A fabricante de filmes plásticos para embalagens CBS Elos, com matriz em São Paulo e filial no Rio, foi uma das que teve de aceitar a alta de 13% das matérias-primas. Para tentar minimizar o efeito do reajuste, pôs sobre a mesa aumentos de 6% a 7% a seus clientes, entre eles a Bimbo, que fabrica os pães Pullman e Plus Vita.
Embalagens pesam entre 15% e 20% no custo final
O coordenador do Departamento de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Denis Ribeiro, reconhece que os reajustes vão pressionar o preço dos alimentos, já que as embalagens representam de 15% a 20% do custo final desses produtos. Prefere, porém, não arriscar valores.
- Ainda não sentimos o aumento do petróleo, mas ele vai chegar - diz.
A gaúcha Megaembalagens, que também fabrica embalagens para alimentos e fraldas, vem tentando repassar integralmente os 5% de reajuste que aceitou de seus fornecedores este mês. Entre seus clientes estão a Procter & Gamble e a Nestlé. A Procter admite que " os custos de seus produtos estão sujeitos a flutuações", mas diz que a empresa buscará "por meio de políticas internas, absorver ao máximo os aumentos".
Já a fabricante de garrafas térmicas e merendeiras Alladin, com sede no Rio, se prepara para mais uma rodada de negociações no próximo mês. Até agora, a empresa aumentou em 3% o preço dos seu produtos - tanto no atacado como no no varejo -, após alta de 6% de seus fornecedores de resinas.
- A nossa concorrência é grande. Por isso, não sabemos se vamos conseguir repassar tudo - diz Renato Almeida, gerente de logística e engenharia da Alladin.