Título: Arruda demite o gerúndio dos órgãos do DF
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 02/10/2007, O País, p. 8

Governador edita decreto.

BRASÍLIA. Lugar comum nos atendimentos de telemarketing e prática cada vez mais difundida em repartições públicas, o gerúndio foi proibido por decreto no Distrito Federal. Dizendo-se mais intransigente com a ineficiência de alguns setores da burocracia do que com a epidemia do "gerundismo", o governador José Roberto Arruda (DEM) editou decreto na última semana com texto taxativo: "Fica demitido o gerúndio dos órgãos do Distrito Federal".

Segundo os assessores do governador, Arruda estava enlouquecendo com a lentidão e a burocracia, que emperram as obras em sua administração. Ao pedir informações sobre determinadas obras, sobre o asfaltamento de uma rua, por exemplo, ele freqüentemente ouvia de membros de sua equipe:

- Vamos estar tomando providências sobre o asfaltamento na próxima semana.

Daí a idéia de banir de seu governo, e por decreto, o gerúndio.

- O gerúndio é uma arma da burocracia para adiar e não tomar providências imediatamente. A ironia é para chamar a atenção contra a ineficiência da máquina pública. A demissão do gerúndio é uma idéia para gerar polêmica e fazer as pessoas se mexerem - explicou Arruda.

O decreto nº 28.314, de 28 de setembro de 2007, publicado ontem no Diário Oficial , estabelece ainda que o uso da construção gramatical não pode servir para "desculpa de ineficiência" na máquina pública.

O decreto foi assinado no dia 28 de setembro, antes do embarque do governador para os Estados Unidos, onde ele se reúne com representantes do Banco Mundial.