Título: Juiz nega foco político na ação
Autor: Vaz, Lúcio
Fonte: Correio Braziliense, 28/03/2009, Política, p. 2

De Sanctis: decisão técnica e sem conotação

Em nota divulgada ontem, o juiz Fausto Martin de Sanctis, responsável por decretar a prisão de investigados na Operação Castelo de Areia, negou que a ação da Polícia Federal tenham foco em partidos políticos ou detentores de funções públicas. Deflagrada na última quarta-feira, a operação investiga supostos crimes de superfaturamento de obras tocadas pela construtora Camargo Corrêa e doações ilegais feitas pela empreiteira a partidos políticos nas eleições municipais. A PF encontrou menções de doações a PSDB, DEM, PPS, PSB, PDT, PP e PMDB. Os partidos negam terem recebido doações por caixa 2.

¿As investigações, desde seu início, jamais tiveram por foco condutas eventualmente perpetradas por ocupantes de cargos públicos ou funções públicas¿, assinalou o magistrado, ressaltando que a ação apura supostos crimes de lavagem de dinheiro contra a administração pública. Segundo ele, as prisões dos sete funcionários foram embasadas, entre outros elementos, em conversas telefônicas autorizadas judicialmente. ¿Trata-se de decisão técnica e sem qualquer conotação que não a da busca cautelosa da verdade¿, destacou.

O magistrado disse ainda que franqueou aos advogados dos investigados, no dia em que a operação foi deflagrada, acesso à cópia das decisões que contempla diversos diálogos e, um dia depois, cópias integrais dos autos. Segundo ele, apenas a defesa de dois dos sete presos solicitou o inquérito completo.