Título: Alvo de investigação
Autor: Colon, Leandro
Fonte: Correio Braziliense, 28/03/2009, Política, p. 4

Quando deixou a direção-geral do Senado, Agaciel Maia foi ovacionado por servidores, muitos terceirizados, numa tentativa de demonstração de força na Casa. A pressão sobre ele começou em 2006, após o envolvimento na Operação Mão de Obra da Polícia Federal, que desmontou um esquema de irregularidades em contratos de terceirização. Agaciel era um dos principais alvos da ação policial, mas teria recebido informação privilegiada, atrapalhando os planos da investigação.

Há 25 dias, ele deixou o cargo, que ocupava desde 1995, após a suspeita de que ocultou uma propriedade de uma mansão de R$ 5 milhões no Lago Sul. A exoneração foi o estopim para a crise administrativa no Senado. Logo depois, caiu o diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi, suspeito de repassar aos filhos um apartamento funcional. Pressionado, o presidente José Sarney (PMDB-AP) pediu a todos os diretores que entregassem os cargos e anunciou uma auditoria da FGV na gestão interna da Casa. O movimento de Sarney acabou revelando que o Senado possui, pelo menos, 181 servidores com cargos de chefia, muitos deles sem qualquer função definida e equipe de trabalho. (LC)