Título: Tropa de choque de Renan perderá um
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 06/10/2007, O País, p. 15

Wellington Salgado diz que deixa o Senado no fim do ano por causa da família.

BRASÍLIA. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), braço direito do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que vai deixar a Casa até o fim do ano, para se dedicar aos negócios da família, que controla universidades particulares. Salgado teve suas pretensões políticas questionadas pela mãe, de 85 anos, e por seus irmãos, depois de O GLOBO ter publicado que ele responde a inquérito criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspeita de ter sonegado R$4,1 milhões de Imposto de Renda no período em que esteve à frente da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Saúde (Asoec).

- Eu agora virei alvo da imprensa também. Ficam me acusando de ser sonegador. Já decidi que só fico no Senado até dezembro - disse ele quinta-feira, antes de embarcar para a Alemanha, onde pretende descansar na próxima semana.

O senador afirmou que nunca foi sonegador e que o inquérito é resultado de questionamento seu à Receita Federal. Ele é suplente do ministro das Comunicações, Hélio Costa. Apesar da desenvoltura com que circula no Senado, Salgado afirma que tem enfrentado problemas familiares. Foi destacado para presidir a Comissão de Ciência e Tecnologia e é titular de outras estratégicas, como a de Constituição e Justiça, do Conselho de Ética, e de todas as CPIs instaladas nos últimos meses.

O senador alega que os problemas maiores são com a mulher, que não entende as chamadas noturnas de Renan para reuniões e reclama dos jantares de bancada que varam a madrugada. Salgado diz que vai sentir falta da política, mas está decidido a sair. A vaga será ocupada pelo segundo suplente de Costa - Carlos Eduardo Fioravante, ex-diretor comercial dos Correios, demitido em meio a denúncias de corrupção que provocaram o escândalo do mensalão.