Título: FMI reduz previsão de expansão da economia global para 4,8% em 2008
Autor:
Fonte: O Globo, 09/10/2007, Economia, p. 24

Maior risco de crise mundial faz Fundo rever para 4% projeção para o Brasil.

ROMA e MADRI. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua estimativa de crescimento econômico global para 2008, incluindo as projeções para o Brasil. A previsão de expansão da economia mundial foi cortada em 0,4 ponto percentual, para 4,8%. Já a projeção de avanço da economia brasileira foi revisada para 4%, uma queda de 0,2 ponto percentual. As previsões para Estados Unidos, zona do euro e Japão também foram reduzidas.

As informações são da agência de notícias italiana Ansa, que teve acesso a uma versão preliminar do documento "Panorama Econômico Mundial", a ser apresentado na próxima semana pelo Fundo. Segundo o texto, "há riscos firmes no panorama (mundial) devido ao temor de que as tensões no mercado financeiro possam aumentar, causando uma desaceleração global mais pronunciada".

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos) dos Estados Unidos foi revisada para 1,9%, ante 2,8%. Já a estimativa da zona do euro foi reduzida de 2,5% para 2,1%. E a economia japonesa deverá crescer 1,7% em 2008, não mais 2% como previsto inicialmente. As previsões anteriores datavam de 25 de julho, justamente quando a crise das hipotecas de alto risco americanas (subprime) se disseminava, abalando os mercados mundiais.

Rato aconselha América Latina a conter gastos

Ao participar do Fórum Espanha-Iberoamérica, em Madri, o diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, corroborou os dados do documento, afirmando que os riscos para a economia mundial são maiores que há seis meses. Apesar de otimista quanto ao avanço da economia em 2008, o dirigente disse que a turbulência dos mercados financeiros pode se prolongar, com efeitos sobre a economia no próximo ano.

Rato também demonstrou preocupação com os gastos públicos da América Latina. Aconselhou os países da região a evitarem aumentos "fortes e abruptos" das despesas e manterem uma atitude cautelosa em relação ao aumento da dívida. Ele advertiu ainda que a arrecadação fiscal poderia diminuir se os preços das matérias-primas caírem ou se a economia mundial for de fato afetada pela crise das hipotecas subprime.