Título: Local dificulta resgate
Autor: Baldissarelli, Adriana
Fonte: O Globo, 11/10/2007, O País, p. 10

Equipes trabalharam sem luz e celular.

SÃO MIGUEL DO OESTE (SC). O local da tragédia, num trecho montanhoso e cheio de curvas, dificultou o resgate. Não havia sinal para os celulares e os equipamentos de iluminação eram escassos. A única luz vinha das sirenes das ambulâncias, algumas tombadas. Destroços de veículos e pacotes de açúcar misturavam-se aos corpos. A frenética movimentação de ambulâncias indicava a proporção do desastre.

A Polícia Rodoviária Federal recolheu para perícia o tacógrafo do caminhão responsável pelo segundo acidente. Em uma análise superficial, foi possível detectar que, no momento do acidente, o veículo teria ultrapassado os cem quilômetros por hora.

Ao longo do trajeto que fez antes do acidente, porém, o caminhão manteve uma velocidade de 60 a 80 km/h. Ainda não há indícios para se saber se houve falha mecânica ou humana. Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil disseram que o veículo teria descido ao lado da fila de carros que aguardavam a liberação da rodovia. A uma distância de 1,5 quilômetro do local da tragédia, o caminhão passou sobre os cones de sinalização e seguiu na contramão, arrastando carros e pessoas.

O caminhão bitrem, envolvido no primeiro acidente, também vai ser periciado. Segundo relato de testemunhas, esse o motorista desse veículo teria tentado ultrapassar uma carreta, mas também há a possibilidade de uma falha mecânica.

Por volta de 19h de anteontem, um ônibus da empresa BRTur, que transportava 45 pessoas, se chocou com uma carreta na BR-282, perto de Descanso. O ônibus ia de Chapecó para São José do Cedro, município entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira. Com a colisão, os dois veículos caíram em uma ribanceira e pegaram fogo. O motorista foi hospitalizado e está sob custódia da polícia.