Título: Entre os mortos, bombeiros, PM e três jornalistas
Autor: Baldissarelli, Adriana
Fonte: O Globo, 11/10/2007, O País, p. 10

Também um motorista de ambulância do Samu que trabalhava no resgate das vítimas foi atropelado pela carreta.

FLORIANÓPOLIS. Pelo menos seis profissionais que atuavam em equipes de resgate e três jornalistas foram atropelados pelo caminhão desgovernado que, uma hora e meia depois do primeiro acidente, aumentou de sete para 27 o número de mortes no quilômetro 630 da BR-282. Ao perceber o perigo do caminhão se aproximando em velocidade acima de 130 quilômetros por hora, o repórter da Rede Brasil Sul de TV Francesco Silva conseguiu saltar e se abaixar. O microfone foi arrancado de suas mãos. Na outra ponta, estava o cinegrafista Evandro Luiz Troian, de 33 anos, que morreu na hora.

Francesco ficou em estado de choque e ontem viajou a Terra Roxa, no Paraná, para levar a solidariedade dos colegas à família de Evandro. O cinegrafista era paranaense e passou o último ano trabalhando para a RBS em Chapecó. Tinha um filho de 3 anos do primeiro casamento. Cursava o último ano da faculdade de Educação Física na Unoesc, em Santa Catarina.

Morreram ainda os jornalistas Elisandra Lucotti, repórter do jornal ¿Folha D¿Oeste¿, de São Miguel do Oeste, e Valdir Rupolo, da Rádio Peperi.

O soldado do Corpo de Bombeiros Evandro Daltoé, de 31 anos, também morreu no local. Ele era da área administrativa e foi chamado às pressas para reforçar o trabalho da guarnição, onde trabalham 12 homens. Tinha dois filhos, um de 7 anos e outro ainda bebê.

¿ Perdemos o centroavante no time do Corpo de Bombeiros. Um cara divertido, que amava a profissão ¿ contou o bombeiro Derly Borkovsky, que ontem esteve no enterro de Daltoé.

Morreram ainda os bombeiros Roberto Inácio Borgheti, de 41 anos, Carlos Roberto Françozi, de 34, Leonir Francisco Bagatini, de 43; o policial militar Ilvanio Marcos Sehnem, da guarnição de São Miguel do Oeste; e o motorista da ambulância do Samu Clóvis José Fluck.