Título: PT do Rio rejeita ser vice do PMDB
Autor: Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 15/10/2007, O País, p. 8

Governador tenta costurar aliança, que teria Eduardo Paes na cabeça de chapa.

O governador Sérgio Cabral assumiu mais uma vez o papel de articulador político e dessa vez causou incômodo ao PT do Rio. Defensor, entre os aliados, de uma aliança com o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições municipais, o governador ensaia a aproximação, costurando uma chapa que tornaria o secretário estadual de Turismo, Esporte e Lazer, Eduardo Paes, candidato a prefeito e o deputado estadual Alessandro Molon (PT) concorrente a vice.

Há dez dias, Cabral teve um encontro, no Palácio Guanabara, com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - cujo mandato de deputado federal foi cassado em 2005 - para tratar do tema, como informou anteontem Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO.

O PT, dizem Molon e o presidente do partido no estado, Alberto Cantalice, reafirma que a opção é pela candidatura própria, com um petista como cabeça de chapa. O partido ainda vai decidir em convenção, em abril, quem será o candidato. Estão no páreo, além de Molon, o deputado federal Edson Santos - que também reafirma sua pré-candidatura -; a secretária de Ação Social e Direitos Humanos do governo Cabral, Benedita da Silva; e o ex-deputado federal Vladimir Palmeira. No último encontro do diretório municipal, em setembro, o partido decidiu lançar candidatura própria à Prefeitura.

- Não tem essa conversa de aliança com o PT como candidato a vice. Essa hipótese não foi discutida conosco. Conversamos inclusive com a direção nacional do partido e eles nunca levantaram essa possibilidade - afirma Cantalice.

Molon diz que quer apoio do governador

Molon afirma que quer o apoio de Cabral, mas como candidato à Prefeitura:

- Sou pré-candidato pelo PT. E nossa candidatura vem crescendo muito. O apoio do governador à nossa candidatura seria importante para otimizar a vitória - disse Molon.

No encontro do dia 6 de outubro, Cabral, segundo parlamentares de sua base, teria tentado convencer Dirceu da viabilidade da chapa Paes-Molon. O ex-deputado integra o ex-Campo Majoritário do PT, que, no Rio, apóia as pré-candidaturas de Edson Santos e Benedita da Silva.

O PMDB do Rio decidiu apoiar o DEM nas eleições estaduais. Mas a tumultuada entrada de Paes no partido criou um suspense em torno do comportamento dos peemedebistas em 2008.

O governador, que participou ontem da Parada Gay, em Copacabana, confirmou o encontro com Dirceu, mas afirmou que eles não trataram de eleição municipal.

COLABORARAM: Cláudio Motta e Cláudia Lamego