Título: Geração de empregos com carteira bateu novo recorde em setembro
Autor: Doca, Geralda e Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 16/10/2007, Economia, p. 27

Vagas na indústria avançaram 0,2% em agosto. Renda também melhorou.

BRASÍLIA. As encomendas para o fim de ano, puxadas pelo crescimento da economia, ajudaram o emprego com carteira assinada a bater novo recorde em setembro, quando foram abertas 251.168 vagas. Foi o melhor resultado para o mês da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A indústria foi destaque absoluto, com seu melhor desempenho mensal desde 1992. Empolgado com os números, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, decidiu antecipar a divulgação, fazendo-a antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa hoje e termina amanhã:

- É um sinal de que o governo pode tranqüilamente continuar o corte na taxa de juros este ano. Não há risco para a inflação e estamos batendo recorde na geração de empregos. Se puxarmos o freio de mão, o carro pode cabotar.

Entre janeiro e setembro, o saldo entre admissões e demissões alcançou 1,6 milhão de postos, contra 1,3 milhão registrado no mesmo período do ano passado. Apesar disso, o mercado formal de trabalho ainda perde para os primeiros noves meses de 2004 - o melhor ano do governo Lula na geração de empregos - quando foram criadas quase 60 mil vagas a mais.

Os dados do Caged confirmam a recuperação dos empregos na indústria, com saldo positivo de 112.114 vagas. Serviços, Comércio e Construção Civil tiveram o melhor desempenho para o mês de setembro. A exceção foi a Agricultura, onde foram desativados 18.363 postos devido à entressafra.

Em agosto, segundo o IBGE, o emprego na indústria teve alta de 0,2% frente ao mês anterior. Contra igual período de 2006, o indicador subiu 2,2%, o que representa o décimo quarto resultado positivo e o mais elevado índice desde abril de 2005. No ano, a alta acumulada é de 1,6%. O salário melhorou pelo terceiro mês consecutivo, apresentando taxa de 0,3%. No ano, a folha de pagamento tem alta de 4,8%.

- O mercado de trabalho acompanha os setores com mais dinamismo, que são os ligados a bens de capital, commodities e indústria automobilística - acrescentou Macedo.