Título: Planalto negocia com PMDB
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 17/10/2007, O País, p. 10

Objetivo é manter o petista Viana até dezembro.

BRASÍLIA. Para que a disputa pela provável sucessão de Renan Calheiros na presidência do Senado não contamine a votação da CPMF, o Planalto tentará negociar com o PMDB a prorrogação da interinidade do senador Tião Viana (PT-AC) pelo menos até o fim de dezembro. Renan teria de concordar em renovar sua licença, que acaba em 26 de novembro. Alguns peemedebistas, porém, resistem à idéia temendo a perda do comando do Senado para o PT.

Com o discurso de que sua prioridade é pacificar a Casa, Tião tem repetido que não pretende disputar a sucessão de Renan:

- Não sou candidato em hipótese alguma. O PMDB é o único partido que está autorizado a fazer esse debate e, mesmo assim, entendo que ele tem o dever de fidelidade a Renan.

Dos 20 senadores do PMDB, o líder tucano Arthur Virgílio (AM) cita apenas seis nomes que não provocariam reações na oposição: Pedro Simon (PMDB-RS) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), Gerson Camata (ES), Hélio Costa (MG) e dois suplentes que acabaram efetivados no mandato: Valter Pereira (MS) e Neuto de Conto (SC). Alguns nomes de maior expressão, como o o líder Valdir Raupp (RO), o ex-presidente José Sarney (AP) e sua filha Roseana Sarney (MA) estariam sendo descartados.

- A sucessão será muito complicada num clima como esse. Tudo indica que haverá disputa. Se com o Renan, que era candidato à reeleição, teve... - disse Sarney, repetindo: - Não sou candidato a nada.

- Vamos assistir a uma briga boa entre o PT e o PMDB. Por enquanto, a oposição vai assistir de camarote - previu Tasso Jereissati (CE).