Título: Lula reconhece sucateamento da frota da Aeronáutica
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 24/10/2007, O País, p. 3

Governo discutirá com países vizinhos um plano latino-americano de defesa.

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a Força Aérea Brasileira (FAB) passa por um momento de sucateamento da frota. Segundo dados da Aeronáutica, só 37% dos aviões estão voando - 267 das 719 aeronaves. Lula prometeu reaparelhar a Aeronáutica:

- Estou consciente da atual situação vivida pela frota da Aeronáutica. Conheço as carências e estou comprometido com a busca de soluções. O Brasil, por suas dimensões continentais, a complexidade de sua sociedade, as imensas riquezas que possui, necessita ter uma Força Aérea à altura de sua missão constitucional.

O presidente participou ontem da solenidade de entrega do Mérito Aeronáutico a autoridades civis e militares, com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da FAB, Juniti Saito. Na mensagem lida em seu nome no evento, Lula afirmou que trabalha com os dois para solucionar os problemas da Aeronáutica.

A FAB quer a compra de novos caças. No segundo dia de governo, em 2003, Lula suspendeu a licitação de 12 caças, no valor de US$700 milhões (R$1,5 bilhão), sob argumento de que o dinheiro seria usado no programa Fome Zero. O processo de compra foi aberto no governo Fernando Henrique Cardoso, em agosto de 2001.

Jobim disse que o reaparelhamento das Forças Armadas passa pelo Plano Estratégico Nacional de Defesa, que será apresentado a Lula em 2008.

- O plano fixará as tarefas de cada uma das Forças, o perfil da organização da tropa para as tarefas e o ajustamento de meios operacionais. O equipamento corresponde a uma necessidade após fixação de objetivos.

Jobim disse que, a partir de fevereiro do próximo ano, ele e os três comandantes visitarão países latino-americanos para tratar de um plano de defesa da região.

- Recebi determinação do presidente e no ano que vem faremos diplomacia militar em toda a América Latina e contatos com órgãos de defesa. A idéia é fazer por blocos: visita quatro países, depois mais quatro para otimizar o resultado das visitas e discutir um plano latino-americano de defesa.(Luiza Damé)