Título: Impasse na negociação dos contratos
Autor: Novo, Aguinaldo; Rodrigues, Lino
Fonte: O Globo, 01/11/2007, Economia, p. 26

Distribuidoras resistem a novos termos propostos pela estatal.

Petrobras e distribuidoras de gás canalizado enfrentam um impasse. A demanda pelo insumo cresceu e a oferta não acompanhou o ritmo de crescimento. Para resolver esse problema, a estatal criou novos modelos de contrato e vem tentando negociá-los com as distribuidoras há meses. Mas estas resistem em aceitá-los, alegando que seus clientes não querem se adequar aos novos termos.

- Fomos ao mercado e nossos clientes não quiseram alterar os contratos - disse Armando Laudario, presidente da Abegás, que reúne as 27 distribuidoras brasileiras. Na Bahiagás, o contrato está em vigor porém vencido há dois anos e sem renegociação.

São três as modalidades propostas: contrato firme inflexível, firme flexível e interruptível. No firme inflexível, a Petrobras se compromete a fornecer um determinado volume de gás de forma contínua, como é feito hoje com a CEG e CEG-Rio. Quando não atende, a distribuidora pode até ir à Justiça para receber aquilo a que tem direito. No firme flexível, a Petrobras pode substituir o fornecimento de gás por óleo combustível e, assim, banca a diferença de preço - o óleo combustível é mais caro. No Rio, esse tipo de contrato é de difícil aplicação porque a maior parte das indústrias não são bicombustíveis. No contrato interruptível, a Petrobras pode interromper o fornecimento de gás a qualquer momento. (Danielle Nogueira)