Título: Leite adulterado é descartado em MG
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Fonte: O Globo, 04/11/2007, Economia, p. 34

Parmalat diz que governo também liberou venda do produto feito no Sul.

BELO HORIZONTE, RIO e BRASÍLIA. Quase duzentos mil litros de leite adulterado de duas cooperativas começaram a ser descartados em Minas. Os 56 mil litros do produto que estavam armazenados na Coopervale, de Uberaba, foram descartados num aterro de resíduos industriais em Lavras, no Sul de Minas. A bebida será transformada em fertilizante.

Outros 20 mil litros do leite longa vida da Casmil, de Passos, foram despejados na Estação de Tratamento de Esgoto, em Varginha, também no Sul de Minas. Até a próxima semana, mais 120 mil litros de leite serão levados de Passos para Varginha.

Ontem à noite, a Parmalat informou por meio de nota que foi liberada pelo Ministério da Agricultura para comercializar o leite UHT - o do tipo longa vida, de caixinha - da unidade de produção de Carazinho, no Rio Grande do Sul, que estava sob investigação. A fábrica de Santa Helena, em Goiás, já havia sido liberada. Procurada, a assessoria do Ministério da Agricultura não foi encontrada para confirmar a informação.

- Somos a terceira maior empresa compradora de leite e a primeira em devolução. Vamos reverter a queda de vendas deste período - disse Marcus Elias, presidente do Conselho de Administração da Parmalat.

Na última sexta-feira, o Ministério da Agricultura revelou que determinou em 26 de outubro que as empresas envolvidas na adulteração do produto estavam proibidas de vender leite UHT até que comprovassem a qualidade do item via análises técnicas. A medida envolveu a Cooperavale e a Casmil e ainda a cooperativa Avipal, em Goiás, e as duas unidades da Parmalat.

As duas cooperativas de Minas são suspeitas de adulterar a produção do leite longa vida, com água oxigenada e soda cáustica. O produto foi interditado na operação "Ouro Branco", da Polícia Federal, em 22 de outubro. Dirigentes das cooperativas e outras pessoas tidas como responsáveis pela fraude chegaram a ser presos, mas foram libertados. Segundo a polícia, eles devem aguardar em liberdade a decisão da Justiça.

Já o homem apontado como responsável pelas 16 toneladas de queijo, tipo mussarela, apreendidas na última segunda-feira, em um depósito clandestino em Uberaba, continua foragido. O queijo, segundo a polícia, era comprado de vários laticínios, quase todos de Goiás, com validade vencida ou próxima do vencimento.