Título: Decisão de Maciel força votação da CPMF
Autor: Jungblut, Cristiane; Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 10/11/2007, O País, p. 22

BRASÍLIA. Surpreendido pela decisão do presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), Marco Maciel (DEM-PE), de estender por mais 30 dias o prazo para análise da PEC que prorroga a CPMF até 2011, o governo terá que passar pelo seu primeiro teste na comissão na terça-feira. Com placar apertado e ainda trabalhando para obter os votos de pelo menos 12 aliados - para ter a maioria dos 23 votos da CCJ -, o Palácio do Planalto pensou em negar quórum nas sessões da CCJ, mas, diante da manobra de Maciel, terá que enfrentar a votação e reiterou aos líderes que os partidos governistas serão responsáveis pelo resultado. Trocas de dissidentes da base por senadores fiéis poderão ser decididas segunda-feira.

Dos 23 titulares da CCJ, 14 são da base aliada, mas, por enquanto, apenas nove fecharam posição a favor da CPMF. Nos bastidores, os governistas minimizam a dissidência, afirmando que o momento é de os senadores marcarem posição. Dos tradicionais dissidentes, o governo já conta com os votos de Pedro Simon (PMDB-RS) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).

No caso de Valter Pereira (PMDB-MS), seu voto é garantido pela cúpula do PMDB, mas os líderes governistas ainda têm dúvida. Jefferson Peres (PDT-AM) está negociando com o governo: quer um compromisso de redução da alíquota da CPMF e dos gastos públicos. Os governistas dizem que a redução da alíquota, também pedida pelo PMDB, é certa, mas frisam que a área econômica só definirá a proposta em plenário, para não ter que ceder mais.