Título: Grupo mexicano quer emprestar para baixa renda
Autor: Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 12/11/2007, Economia, p. 18

Para especialista, "spread" bancário atrai instituições.

Uma das instituições mais adiantadas em ingressar no mercado brasileiro é o conglomerado mexicano Azteca, terceiro grupo financeiro da maior economia da América Latina. A instituição começou pela Região Nordeste para atender às classes D e E. Ao mesmo tempo, trouxe a rede varejista Elektra. Até o fim deste ano, serão oito lojas de departamento, com quiosques do banco - que vai oferecer operações de crédito (cartões, financiamento e empréstimos pessoais) e contas bancárias voltadas para o público de baixo poder aquisitivo, em Recife e em Fortaleza. Para 2009, a previsão é chegar a Belém, Rio e São Paulo.

Para Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do Banco Central, os bancos são atraídos pelo alto spread bancário, de 38% ao ano para a pessoa física:

- O potencial de crescimento é muito grande, o crédito representa apenas 33% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).

Tamara Berenholc, analista da área de instituições financeiras da Standard & Poor"s, ressalta que o Brasil é o país da América Latina onde há menos estrangeiros. Em Argentina, Chile e México, eles representam mais de 70% do sistema bancário. No Brasil, o índice é de 23%:

- Entrar no país para competir com Bradesco e Itaú é impossível. Só investindo em nichos específicos é possível obter mais sucesso. (B.R.)