Título: Governo defende aliança com Bolívia e Venezuela
Autor: Rodrigues, Luciana; França, Mirelle de
Fonte: O Globo, 09/11/2007, Economia, p. 27

Senador: Chávez criticou Congresso brasileiro.

BRASÍLIA. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu ontem, durante encontro com presidentes e líderes dos partidos aliados, a boa convivência com "vizinhos problemáticos", como Venezuela e Bolívia. Amorim pediu a deputados e senadores que aprovem tratados e acordos que estão parados no Congresso, inclusive o que trata da entrada da Venezuela no Mercosul. No caso da Bolívia, o chanceler disse que foi bom o Brasil não ter rompido relações quando o presidente boliviano Evo Morales nacionalizou os campos explorados pela Petrobras, sob o argumento de que os brasileiros precisam do gás do país vizinho.

- Amorim pediu uma maior interação entre o Congresso e o Itamaraty, porque há muitos acordos para serem votados no Congresso. Ele mostrou a importância desses acordos e teve todo apoio dos membros do conselho - disse o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.

Segundo parlamentares que participaram do encontro no Palácio do Planalto, Amorim argumentou que é melhor ter os países vizinhos bem próximos e com boas relações. Até para poder influenciá-los.

Mas a defesa da entrada da Venezuela no Mercosul gerou debates no encontro do conselho político, comandado por Mares Guia. O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), por exemplo, lembrou que o presidente venezuelano Hugo Chávez criticou duramente o Congresso brasileiro, e que isso dificultará a aprovação imediata do acordo.

- O ministro Amorim disse que são mais de 200 tratados que estão parados no Congresso. Ele argumentou que era importante a entrada no Mercosul da Venezuela, para estar mais próximo do Brasil, até para a gente acompanhar aquele país mais de perto - disse o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO).

No caso do gás, Amorim disse que agora o Brasil está intensificando as negociações, via Petrobras. E lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará com Morales em sua visita ao Chile.