Título: Recomendamos quew cheguem bem cedinho
Autor: Rodrigues, Lino
Fonte: O Globo, 13/11/2007, O País, p. 8
Dono da OceanAir diz que só vai garantir embarque de passageiros que compraram pacote de agência da BRA.
SÃO PAULO. Os passageiros que compraram bilhetes regulares da BRA, que parou de operar no início da semana passada, não terão prioridade de embarque nos vôos da OceanAir. O presidente da companhia, German Efromovich, informou ontem que o acordo assinado com a BRA só garante a viagem dos clientes que adquiriram pacotes turísticos da PNX Travel, operadora da BRA, ou cerca de 27 mil pessoas. Segundo ele, além desses compradores de pacotes, existem mais 43 mil que adquiriram passagens em linhas regulares (normais).
¿ Os passageiros com bilhetes regulares não terão garantia de voar no dia ou hora que quiserem. O acordo da OceanAir com a BRA só vale para os que têm pacotes ¿ disse Efromovich.
Passageiro não terá garantia de lugar ou alimentação
Todos esses clientes, observou o empresário, terão que disputar um lugar nas outras companhias aéreas, inclusive na OceanAir, se quiserem voar. E serão atendidos por ordem de chegada nos aeroportos, sem qualquer garantia de que irão embarcar. Quem ainda tiver dúvidas pode ligar para o número de telefone (11-2144-5319), criado especialmente para atender passageiros da BRA.
¿ Não é nossa responsabilidade (atender bilhetes regulares). Recomendamos que eles (passageiros) cheguem bem cedinho ao aeroporto e entrem na fila de espera ¿ sugeriu Efromovich, acrescentando que a sua empresa também não se responsabiliza pelos custos de alimentação ou condução caso o passageiro não consiga embarcar.
Para o próximo feriadão (feriados da Proclamação da República e Consciência Negra), a OceanAir pretende montar uma ¿operação de salvamento¿ semelhante à adotada no último final de semana, quando utilizou dois Boeings 767 da BRA para atender passageiros com pacotes turísticos. Efromovich não revelou os custos da operação, que transportou 6.182 passageiros no sábado e domingo, totalizando 121 trechos. Mas, sem segurança, disse que a conta será paga pela BRA.
¿ Esse custo é de responsabilidade da BRA. Se ela não pagar, teremos que engolir esse sapo ¿ disse o empresário, lembrando que o atendimento emergencial dos passageiros da BRA foi para atender pedidos do ministro Nelson Jobim (Defesa) e da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).
Efromovich negou que houvesse um acordo para a OceanAir assumir a malha aérea internacional da BRA em troca de transportar seus passageiros. Segundo o empresário, existe sim o interesse nas rotas da BRA, mas que para isso passar para a OceanAir vai depender da autorização do governo e da ampliação da frota de novos aviões. Quanto aos trechos nacionais, ele disse que já havia certa semelhança entre a malha da BRA e da OceanAir. Efromovich disse ainda que, por causa da crise aérea, a companhia está negociando com empresas arrendatária para substituir a BRA nos contratos de leasing e assumir seis ou sete modelos Boeing 737 e um 767. Mais dois 767-300, que estavam sendo avaliados para serem operados pela BRA, estão sendo transferidos para a OceanAir.
Efromovich afirmou também que a marca OceanAir vai desaparecer a partir de 2008, quando a empresa passará a se chamar Avianca Brasil. O empresário disse ainda que a companhia tem interesse, no futuro, de assumir o contrato que a BRA tem com a Embraer para aquisição de 20 jatos modelo 195, de 100 lugares, e opção de mais 20, para atender ao programa que o grupo Sinergy, controlador a Avianca e OceanAir, tem para substituir todos os modelos Fokker 100 (MK28), sendo 13 voando no Brasil e 16 na Colômbia.