Título: Durão Barroso critica populismo
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 17/11/2007, O Mundo, p. 37

Dirigente do PT relaciona monarquia espanhola ao fascismo.

BARCELONA. A polêmica entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o rei Juan Carlos, da Espanha, continua a cruzar fronteiras. O presidente da Comissão Européia (CE), o português José Manuel Durão Barroso, disse ontem que se Chávez "quer respeito, deve respeitar". Na Espanha, onde recebeu do rei o III Prêmio Internacional Conde de Barcelona, Barroso apoiou Juan Carlos e disse que "o populismo não é uma boa resposta às situações na América Latina":

- Entendo sua atitude (a do rei) e também a do presidente Zapatero. Se Chávez quer respeito, deve respeitar os demais - afirmou o ex-premier.

Barroso se referia ao incidente em que o rei mandou Chávez se calar, após o venezuelano chamar o ex-presidente do governo espanhol José María Aznar de fascista e interromper o atual, José Luis Rodríguez Zapatero. Barroso acrescentou que a CE fez saber à Venezuela que considera que "seu desenvolvimento deve ser compatível com a democracia".

Em artigo, Fidel defende "resposta digníssima" de Chávez

Já Fidel Castro voltou a defender Chávez. Num artigo no "Granma", o líder cubano elogiou "a inteligência e a capacidade dialética" do aliado: "O discurso invertebrado e inoportuno de Zapatero, sua defesa de Aznar, a ordem abrupta do rei e a resposta digníssima do presidente da Venezuela proporcionaram provas irrefutáveis das condutas e dos métodos genocidas do império", enfatizou.

No Brasil, o PT atacou os políticos que criticam Chávez e vinculou a monarquia espanhola ao fascismo em seu site. Num artigo, o secretário de Relações Internacionais do partido, Valter Pomar, disse: "A República espanhola foi esmagada por um levante fascista, que restaurou a monarquia. Depois da morte de Franco, Juan Carlos foi coroado e jogou um papel no mínimo controverso no processo de redemocratização." Ontem, Chávez voltou ao assunto, reiterando que "o mínimo" que espera é que o rei se desculpe.

Em Washington, dois membros do Congresso pediram ao governo ações para deter o programa nuclear venezuelano. "Os EUA não podem permitir que esta ameaça se desenvolva em nosso hemisfério", escreveram os deputados Connie Mack, republicano, e Ron Klein, democrata.