Título: Dulci critica CPI das ONGs
Autor: Jungblut, Cristiane; Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 16/11/2007, O País, p. 8

BRASÍLIA. Criada e instalada por senadores da oposição, a CPI das ONGs (organizações não-governamentais) foi criticada ontem pelo ministro da secretaria-geral da Presidência da República, Luiz Dulci. Ele acusou os defensores da CPI de criminalizar as entidades e tentar afastá-las do governo. Em discurso na 13ª Conferência Nacional de Saúde, para cerca de 3,5 mil pessoas, Dulci classificou os políticos que atacam as ONGs de "força conservadora". As críticas atingem senadores do PSDB e do DEM, que atuaram pela instalação da comissão.

- Sob o manto de que pretendem investigar, criaram a CPI das ONGs, na verdade, numa tentativa de criminalizar as entidades. São razões políticas, ideológicas e partidárias. É preciso saber o que está por trás desse jogo - disse Dulci, que tem, entre suas atribuições, dialogar com movimentos sociais.

Um dos alvos da CPI, que começou a funcionar no fim de outubro, é a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), acusada de envolvimento em irregularidades na Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) em Santa Catarina, que recebeu R$5 milhões do governo federal entre 2003 a 2007.

Dulci citou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como uma das entidades perseguida pela oposição. Ele defendeu as ONGs e afirmou que elas auxiliam o governo na execução de políticas públicas. Ele acusou os opositores de tentarem isolar as ONGs do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Se o objetivo é aperfeiçoar convênios e a forma de monitoramento dos recursos, tudo bem. Mas a intenção das forças conservadoras não é essa. Querem afastar os movimentos do Estado.