Título: Previsão de gastos cresce R$5 bi
Autor: Batista, Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 21/11/2007, Economia, p. 21

BRASÍLIA. Na esteira dos recordes de arrecadação, o governo reviu ontem para cima a expectativa de receitas totais deste ano, que passou de R$476,8 bilhões para R$479,2 bilhões. Com isso, o Ministério do Planejamento prevê que será possível ampliar em R$5 bilhões os gastos (limites de empenho e movimentação financeira) até dezembro.

Os números constam da quinta avaliação orçamentária de 2007, divulgada ontem. Para o governo, a nova estimativa de receitas deverá ser um alento para equilibrar a proposta de Orçamento de 2008, em discussão no Congresso. Com base nessa nova previsão, a comissão mista que trata do tema revisará para cima a perspectiva de arrecadação para 2008.

O relator-geral do projeto, deputado José Pimentel (PT-CE), espera ter mais recursos para bancar o aumento de R$4 bilhões nas despesas com Saúde em 2008, fruto do acordo para aprovar a regulamentação da Emenda 29, que dispõe sobre esse tipo de gastos.

A nova estimativa de receita também ajudará a cobrir o rombo de R$2,8 bilhões causado pelo acordo de redução de 0,02 ponto percentual na alíquota da CPMF (hoje em 0,38%) já no próximo exercício. Além disso, o relator diz esperar a entrada de mais recursos com a venda de terrenos da União e com a valorização das ações da Petrobras, que resultarão em mais dividendos para o governo.

A nova previsão de arrecadação divulgada ontem se deveu ao aumento das receitas em R$2,3 bilhões e à redução de R$1,2 bilhão nas despesas obrigatórias do governo até o fim do ano.

Segundo informou o Planejamento, foi revisto para baixo o pagamento de subsídios, para R$2,5 bilhões. Os gastos com pessoal também serão R$286 milhões menores que o previsto. A reprogramação orçamentária também prevê uma queda de R$1,5 bilhão no déficit da Previdência. O corte nas despesas só não foi maior porque o governo incluiu mais R$2,5 bilhões em gastos extraordinários nesse período.