Título: Os fatos não são exatamente iguais
Autor: Jungblut, Cristiane; Fernandes, Diana
Fonte: O Globo, 23/11/2007, O País, p. 10

Procurador explica diferenças entre ações.

BRASÍLIA. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, explicou ontem por que denunciou o ex-governador de Minas Gerais senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por envolvimento no valerioduto tucano e poupou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da denúncia do mensalão do PT. As duas denúncias apresentadas ao Supremo Tribunal Federal têm como base caixa dois. Para o procurador, os escândalos têm origem comum, mas são de natureza diferente.

- Os fatos não são exatamente iguais, tanto que já começo falando que o procedimento que se adotou para se fazer o desvio de dinheiro é o mesmo, mas os objetivos são diferentes. É só fazer uma leitura - disse o procurador.

Na denúncia formulada sobre o valerioduto tucano, o procurador acusa Azeredo de ter papel central no desvio de dinheiro público para financiar parte de sua campanha ao governo de Minas. Azeredo teria manobrado para que duas estatais e o Bemge simulassem um patrocínio de R$3,5 milhões ao Enduro da Independência para então bancar despesas de campanha. O procurador frisa o recebimento de R$200 mil por Azeredo a partir do esquema.

O mensalão do PT, denunciado ao STF ano passado, teria como objetivo obter apoio em votações de interesse do governo Lula no Congresso. As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público não apontam atos específicos de Lula em relação ao mensalão.

- Não vou fazer comparações entre situações que não são absolutamente iguais. Minha denúncia está baseada em fatos e provas.