Título: Fabricantes: importação é ameaça vazia
Autor: Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 23/11/2007, Economia, p. 33

SÃO PAULO. A ameaça do governo de autorizar a importação de conversores digitais para forçar a indústria a baixar os preços desses equipamentos não passa de "ameaça vazia", disse ontem o diretor de Relações Externas para a América Latina da Philips, Manoel Corrêa. Segundo ele, além de uma tecnologia totalmente nova e, por isso, haver somente dois fabricantes dos processadores (chips) usados no conversores brasileiros, a ausência de escala e a carga de impostos impedem que os equipamentos sejam importados a preços mais baixos.

No início da semana, Afonso Hennel, presidente da Semp Toshiba, que está trazendo dois modelos de conversores de Taiwan, já havia advertido que nessa etapa do processo de implantação do sistema digital não há como produzi-los no exterior a preços menores.

- Abrir importação me parece uma ameaça vazia, porque importar vai ser sempre mais caro do que produzir aqui - disse o diretor da Philips, que apresentou ontem seu conversor.

Importado da China, segundo a empresa, para poder atender os consumidores antes do início das transmissões com a nova tecnologia, dia 2, em São Paulo, o conversor da Philips serve para qualquer modelo de televisor (convencional, LCD ou plasma) e chegará ao varejo ao preço de R$1,1 mil.

- Trabalhamos com uma expectativa bastante conservadora para o lançamento das transmissões em São Paulo - afirmou o diretor de Tecnologia da Philips, Walter Duran.

A perspectiva, disse ele, é que os aparelhos comecem a ser produzidos na fábrica da empresa, em Manaus, no primeiro semestre de 2008.

- A questão é a disponibilidade de sinal. Quantas e quais cidades terão sinal digital no fim do ano que vem? Fabricar equipamentos é simples - afirmou.

A Philips também está lançando no país dois televisores de LCD com conversor digital integrado, um de 42 polegadas, a R$7,99 mil, e outro, com 52 polegadas, por R$12,99 mil.