Título: CVM pede mudança em prospecto e suspende oferta de ações do BB
Autor: Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 23/11/2007, Economia, p. 34

Custo não teria ficado claro e percentual para pessoas físicas foi alterado.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exigiu ontem que o Banco do Brasil (BB) altere seu prospecto da oferta pública de ações, cujo período de reserva estava marcado para começar no próximo dia 28. O parecer da Superintendência de Registro de Valores Mobiliários questiona a alteração em relação à apresentação da documentação originalmente apresentada à autarquia e a publicada na quarta-feira.

De acordo com a CVM, o percentual que seria inicialmente reservado a investidores de varejo - pequenos aplicadores, basicamente pessoas físicas - era de 20% e não de 80%, como acabou saindo no prospecto preliminar. O prospecto é o documento com todas as informações relevantes sobre a empresa que faz a oferta. No caso dessa operação do BB, tem 978 páginas.

Mas o motivo que provocou a exigência de alterações foi a falta de informação clara (por meio de uma tabela) a respeito da diferença de custos entre comprar diretamente ações do banco na operação ou via um fundo de investimento em ações, o FIA-BB, que está sendo criado para a oferta. Segundo o superintendente da área, Carlos Alberto Rebello Sobrinho, essa já havia sido uma exigência da CVM em relação ao prospecto apresentado inicialmente à autarquia.

O prospecto preliminar atual remete para o regulamento do fundo, incluso no documento, mas o regulamento tem uma lacuna em que deveria estar a taxa de administração do fundo, diz Rebello. Como a CVM exige um prazo de cinco dias úteis entre a publicação do prospecto e o início do período de reserva das ações, o cronograma da oferta - incluído o prazo para pedir as ações - deve ser adiado. Procurado, o Banco do Brasil informou que só se manifestaria sobre o assunto hoje. O banco pode recorrer da decisão em até 15 dias.

A CVM exige ainda que toda a publicidade e as corretoras participantes da venda de ações informem a diferença de custos entre as ações e o fundo de investimento.

Bolsa sobe 0,12%. Procura por ações da BM&F é grande

Sem o funcionamento das bolsas americanas ontem, devido ao Dia de Ação de Graças, o movimento na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi de apenas R$2,706 bilhões, contra a média recente acima de R$6 bilhões. Com isso, o principal indicador, o Ibovespa, subiu 0,12%, para 60.653 pontos.

O dólar comercial teve alta de 0,06%, para R$1,780 na venda. A expectativa hoje é pela "black friday", dia de grandes liquidações nos EUA, que podem dar um termômetro da economia, diz Patrícia Branco, sócia da Global Equity.

O movimento nas corretoras ficou por conta das reservas por ações da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que vão até dia 27. Muitas já pararam de aceitar novos cadastros de clientes, pois há pedidos de investidores que nunca compraram ações e o cadastro na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia é demorado. Com isso, elas podem acabar não atendendo a todos.