Título: Desemprego em outubro foi o 3º menor desde 2002
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Fonte: O Globo, 23/11/2007, Economia, p. 35

Taxa de 8,7% reforça expectativa de que indicador registre recorde de baixa em novembro. Rendimento subiu 0,5%

RIO e BRASÍLIA. A taxa de desemprego no Brasil em outubro foi a terceira menor já registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desemprego atingiu 8,7% nas seis maiores regiões metropolitanas, ante 9% em setembro deste ano e 9,8% em outubro de 2006. Apesar do recuo, o IBGE considera que o indicador ficou estável em relação a setembro. O rendimento médio real dos trabalhadores alcançou R$1.123,60, valor 0,5% maior que o de setembro e 1,2% acima do de outubro do ano passado.

Para novembro, a expectativa é que a taxa caia para o menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2002. O gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, atribui o bom resultado à melhora do cenário econômico ao longo do ano, com juros em queda e ampliação do crédito. Para Azeredo, "2007 é muito favorável":

- A taxa de desemprego está caminhando para ser, em novembro, menor que a mais baixa da série, registrada em dezembro de 2005 (8,3%).

Se fossem retirados os fatores sazonais, segundo ele, a taxa de outubro seria a mais baixa de todas. De janeiro a outubro, o desemprego médio está em 9,6%, o menor para os dez primeiros meses de um ano. A previsão do IBGE é que a taxa feche o ano com um dígito, provavelmente abaixo de 9,5%, configurando novo recorde anual.

Número de desocupados caiu 3,4% em um mês

Apesar dos recuos, Azeredo alerta que é elevado o percentual de desocupados e que o "desemprego ainda é um fantasma que assombra o país".

O número de desocupados caiu 3,4% sobre setembro, para 2,024 milhões. A queda frente a outubro de 2006 foi de 9,8%. E o total de ocupados subiu 0,2% na comparação mensal, totalizando 21,3 milhões, e 3,1% na anual - com destaque para o avanço de 6,8% dos trabalhadores com carteira assinada. Já a alta no rendimento foi puxada pelos trabalhadores por conta própria, cuja renda cresceu 5,5%.

O Ministério do Trabalho divulgou ontem também a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), uma espécie de censo do emprego formal. Em 2006, a geração de vagas com carteira assinada atingiu o mais alto nível dos últimos 22 anos, com abertura de 1,917 milhão de postos, sendo 1,535 milhão celetistas e 382 mil cargos públicos. As vagas, porém, não foram suficientes para que o presidente Lula cumprisse a promessa de campanha de criar dez milhões de empregos no primeiro mandato. Entre 2003 e 2006, foram abertos 6,471 milhões de postos.

A massa dos rendimentos - soma do total de salários pagos - teve crescimento real de 11,97%, quase três vezes maior do que a expansão de 3,7% da economia, o melhor desempenho desde 1995. O salário médio real passou de R$1.167,81, em 2005, para R$1.236,19. O estoque de empregos formais fechou dezembro em 35,1 milhões, com avanço de dois pontos percentuais na participação na População Economicamente Ativa (PEA), de 38% para 40%. (Luciana Brafman e Geralda Doca, com agências internacionais)