Título: Cúpula tucana quer evitar racha Aécio-Serra
Autor: Vasconcelos, Adriana; Lima, Maria
Fonte: O Globo, 24/11/2007, O País, p. 14

Partido encerra convenção e anuncia que vai contestar na Câmara a criação da TV pública.

BRASÍLIA. Com dois presidenciáveis no páreo e um novo comando aprovado ontem em Convenção Nacional, a cúpula do PSDB conclamou a tropa a uma batalha para tentar voltar ao poder nacional em 2010. Reconhece que não será fácil, mas o ponto de partida será sedimentar a unidade do partido, renovar canais de comunicação com os movimentos populares e torpedear articulações sobre um eventual terceiro mandato para o presidente Lula . Nos discursos, a ênfase era tentar afastar a idéia de um racha entre os dois pré-candidatos, os governadores de Minas, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que continua como presidente de honra da legenda, disse que todos devem arregaçar as mangas a partir da eleição do ano que vem:

- Uma andorinha só não faz verão. Estamos aqui todos juntos para fazer verão. E que deste verão saia uma tempestade de votos.

Uma das preocupações dos tucanos na discussão sobre a composição da nova executiva nacional do partido, eleita ontem, foi não permitir uma antecipação da provável disputa entre Serra e Aécio pela vaga de candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao fim da eleição, prevaleceu um equilíbrio de forças entre as duas estrelas tucanas.

- Quando falam que Serra e Aécio disputam a vaga de candidato, isso é um falso problema. Os dois podem presidir o Brasil. Não é problema para o PSDB ter três ou quatro nomes que podem presidir o Brasil - disse o novo presidente, Sérgio Guerra, ao tomar posse.

Na saída Fernando Henrique brincou com os jornalistas e fotógrafos sobre a disputa:

- Se o Serra e o Aécio continuarem brigando, eu vou ter que sair candidato.

Um dos novos alvos do PSDB, anunciado por Guerra, será a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). A medida provisória que criou a TV pública terá que ser votada na Câmara semana que vem. Guerra acusou Lula de criar um instrumento de manipulação.