Título: CPMF favoreceu a indicação de Conde
Autor: Otavio, Chico
Fonte: O Globo, 26/11/2007, O País, p. 3

A indicação do ex-prefeito e arquiteto Luiz Paulo Conde para presidente de Furnas Centrais Elétricas, em agosto, ocorreu no momento em que o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ganhava importância no cenário político como relator da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Cunha chegou, na época, a sugerir que a apreciação da emenda fosse "abreviada", sendo encaminhada diretamente a votação no plenário da Câmara depois de aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Esta sugestão fora feita 24 horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmar a indicação do aliado (PMDB) para a presidência de Furnas, uma das maiores empresas estatais do País.

Irritado, Conde lembrou no discurso de posse da época em que foi prefeito do Rio: "Muitos diziam que o meu principal defeito é que eu era técnico, e não político. Agora, dizem que o meu problema é que sou político, e não técnico"

A relação PMDB-Furnas foi usada por entidades sindicais e partidos de oposição para acusar o governo de fazer barganha política na estatal. Cunha negou. Alegou, na época, que a nomeação para Furnas era para ter saído em abril, antes mesmo dele ser relator da CPMF. Mas declarou também que, há tempos, o PMDB do Rio não tinha destaque no governo.

Cunha, nos bastidores, tem agido para mudar a direção do fundo Real Grandeza. Outro atrativo de Furnas para o PMDB é o Programa Luz Para Todos, que no Sudeste, é operado por Furnas.