Título: Múcio reinicia o embate pela CPMF
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 26/11/2007, O País, p. 4

Ministro vai procurar aliados rebeldes; oposição se reúne amanhã.

BRASÍLIA. O novo articulador político do governo, José Múcio Monteiro, começa hoje um corpo-a-corpo junto a senadores rebeldes da base aliada para tentar mudar votos contrários à aprovação da prorrogação da CPMF até 2011. Múcio chegou ontem à noite a Brasília para um encontro com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para fazer um mapeamento dos votos e traçar uma estratégia.

Hoje, o novo ministro das Relações Institucionais - que assumiu na sexta-feira no lugar de Walfrido dos Mares Guia - encontra-se com dois senadores do PTB, seu partido: Mozarildo Cavalcanti (RR) e Sérgio Zambiasi (RS). Mozarildo tem anunciado o voto contra a CPMF. Zambiasi aguarda as negociações entre a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e a área econômica.

- Vou me inteirar das negociações, ver como elas estão - disse o ministro.

Já a oposição tenta adotar uma estratégia única numa grande reunião marcada para amanhã. O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), defende que seu partido e o PSDB suspendam a obstrução às votações e permitam que a tramitação da emenda constitucional que prorroga a CPMF seja agilizada. Agripino argumenta que, hoje, o governo não tem os 49 votos necessários para aprovar a CPMF, e que a oposição precisa se aproveitar disso. Agripino disse que a reunião vai mapear os votos da oposição. O DEM tem 14 senadores e o PSDB, 13.

- Temos que aproveitar o momento. Essa reunião é para que um partido confie nos votos do outro. É a prova dos nove sobre os votos - disse Agripino.

O PSDB não está convencido disso. O líder Arthur Virgílio (AM) comanda a obstrução. Os tucanos acreditam que podem arrastar a tramitação da CPMF até 2008, o que seria uma derrota para o governo. Já o desafio do governo é destrancar a pauta do Senado, para permitir a contagem do prazo de discussão da emenda que prorroga a CPMF. Duas medidas provisórias continuam travando a pauta.