Título: Presidente afaga Congresso e lamenta saída de Mares Guia
Autor: Damé, Luiza; Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 27/11/2007, O País, p. 3

Não existe Parlamento mais compreensivo do que o nosso" diz Lula.

BRASÍLIA. Na posse do novo ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, ontem à noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou elogios ao ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que deixou o governo na semana passada depois de ser denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por envolvimento no mensalão do PSDB mineiro durante as eleições de 1998. Lula aproveitou a solenidade, repleta de ministros, deputados e senadores, para tecer loas ao Congresso Nacional, num momento em que necessita de votos no Senado para aprovar a prorrogação da CPMF até 2011.

O presidente disse que Walfrido deixou o cargo porque se sentiu magoado pelo fato de que, segundo o ex-ministro, não ter sido ouvido em nenhuma fase do inquérito que investigou o mensalão tucano em Minas Gerais. Lula frisou que os fatos aconteceram em 1998, antes de seu governo.

- A saída do Walfrido, numa tomada de decisão madura por parte dele, se deveu porque ele se sentiu magoado. Ele entendia que era melhor se defender fora do governo do que criar constrangimento para ele e ter de responder todo dia sobre o assunto.

Lula lembrou que a pasta de Múcio é uma das mais complicadas:

- Mais fácil seria ser ministro numa área que não tivesse obrigação de atender qualquer político que te ligar.

Para Lula, às vezes a imprensa noticia as dificuldades do governo com o Legislativo, numa tentativa de passar a impressão de que há uma guerra:

- Não sei se existe um Parlamento mais compreensivo do que o nosso, mesmo nas divergências.

Múcio, por sua vez, dissera, antes de Lula, que deseja manter um diálogo franco e respeitoso com a oposição e lamentou a saída de Mares Guia. Agradeceu a sua mais antiga eleitora e militante, sua mãe, Maria Cristina. Lula aproveitou para novos afagos:

- Sua mãe só é sua primeira eleitora porque eu não estava em Pernambuco.

COLABOROU Luiza Damé