Título: Rio cai para 3º em ranking de PIB 'per capita'
Autor: França, Mirelle de
Fonte: O Globo, 27/11/2007, Economia, p. 25

Estado foi ultrapassado por São Paulo. DF lidera. Sudeste, Nordeste e Norte aumentaram participação na economia

O Estado do Rio foi ultrapassado por São Paulo e caiu para a terceira colocação no ranking dos estados segundo o PIB per capita (conjunto de bens e serviços produzidos pela unidade da federação dividido pela população registrada no ano), de acordo com a pesquisa Contas Regionais 2005 divulgada ontem pelo IBGE. Os números mostram que o Distrito Federal (DF) continua na liderança, com PIB per capita de R$34.510. Já São Paulo e Rio alcançaram R$17.977 e R$16.052, respectivamente.

Segundo a técnica do IBGE Alessandra Poça, a perda de posição do Rio se deve à mudança na metodologia de cálculo dos dados - que passaram a incluir informações mais recentes das pesquisas anuais por setor do IBGE, como a Pesquisa Industrial Anual (PIA) e a Pesquisa Anual de Comércio (PAC):

- Com o ajuste da metodologia, o setor de comércio e serviços ganhou um peso maior e esse segmento praticamente dobrou em todos os estados brasileiros na comparação em 2005.

Sete estados concentram 75% da economia do país

Três regiões registraram aumento de sua participação no PIB em 2005 em relação ao ano anterior: Sudeste (de 55,8% para 56,5%), Nordeste (de 12,7% para 13,1%) e Norte (de 4,9% para 5%). As regiões Sul e Centro-Oeste, no entanto, caíram de 17,4% para 16,6% e de 9,1% para 8,9%, respectivamente. Os problemas enfrentados pelo setor de agropecuária em 2004 e 2005 nos estados do Sul - principalmente no Rio Grande do Sul - aliados à desvalorização do real, que prejudicou as exportações de commodities de alguns estados do Centro-Oeste, afetaram o desempenho dessas regiões no PIB brasileiro.

Não houve, porém, alteração em relação aos sete estados que detêm a maior participação na economia do país. São Paulo permanece na liderança (33,9%), seguido por Rio de Janeiro (11,5%); Minas Gerais (9%); Rio Grande do Sul (6,7%); Paraná (5,9%); Bahia (4,2%) e Santa Catarina (4%). Juntos, eles representavam 75,2% do PIB nacional em 2005, o mesmo percentual do ano anterior.

Amazonas registra o maior crescimento

Entre os estados, o melhor desempenho no que se refere à variação do PIB foi registrado pelo Amazonas. Em 2005, o crescimento foi de 10,2% em relação ao ano anterior. A alta pode ser creditada, de acordo com a pesquisa do IBGE, ao comportamento positivo da indústria de transformação, que cresceu 11%, seguida pelo setor de comércio e serviços de manutenção e reparação (15,7%) e também pelo segmento de transporte, armazenagem e correio (13,6%). Os estados do Maranhão, de Tocantins e do Acre ficaram empatados em segundo lugar, com expansão de 7,3%.

O Rio de Janeiro ficou em 24º lugar entre os estados cujo PIB cresceu mais em volume, com avanço de apenas 2,9%. O destaque fluminense foi a indústria extrativa mineral, com alta de 14,2%, seguida por serviços prestados às empresas (8,3%) e intermediação financeira, seguros e previdência complementar (5,8%). Já a indústria de transformação no estado registrou queda de 2,1%, puxada principalmente pelo setor de borracha e plástico (- 25,8%).

Apenas dois estados apresentaram variação negativa do PIB: Paraná (-0,1%) e Rio Grande do Sul (-2,8%). Neste último, destaca-se à queda no setor de agropecuária (-17,3%) e da indústria de transformação (-4,2%), além da estagnação do setor de serviços em geral. O Paraná também foi afetado pela queda na agricultura, silvicultura e exportação vegetal (-9,2%), causada principalmente pela forte estiagem na região.