Título: Planalto encomenda a Sérgio Cabral manifestação de prefeitos pró-CPMF
Autor: Noblat, Ricardo
Fonte: O Globo, 29/11/2007, O País, p. 9

CONFRONTOS NO CONGRESSO: Briga no Senado para aprovar prorrogação do tributo até 2011 conta com governadores.

Objetivo do movimento é "surpreender" presidente hoje em visita ao Rio.

BRASÍLIA. Perto do meio-dia de ontem, um auxiliar direto do presidente Lula telefonou para o governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro. Encomendou uma manifestação de prefeitos do estado em favor da prorrogação até 2011 da cobrança da CPMF. Lula irá ao Rio hoje para uma série de compromissos - entre eles o lançamento, amanhã, do PAC na favela do Pavão-Pavãozinho. Será a primeira vez depois de reeleito que subirá uma favela do Rio. À tarde, visitará o estaleiro Mauá. Nessa ocasião será surpreendido pela manifestação "espontânea" dos prefeitos.

Cabral repassou a seu vice-governador, Luiz Fernando Pezão, a tarefa de mobilizar os prefeitos. Se possível, todos eles ou a maioria.

Dá gosto ver Lula, seus auxiliares e a companheirada em ação para aprovar a CPMF . Por ano, ela significa R$40 bilhões a mais de impostos recolhidos pelo governo. Trata-se do único imposto não sonegável. A oposição só terá chance de acabar com a CPMF se contar com a totalidade dos seus votos (27) e mais seis de dissidentes de partidos aliados do governo. O desafio do governo é reunir um mínimo de 49 votos de um total de 81 senadores.

A máquina do governo está funcionando em velocidade máxima. Pedro Simon (PMDB-RS), por exemplo, por ora indeciso, está sob pressão de vários interlocutores para que vote com o governo. Yeda Crusius (PSDB), governadora do Rio Grande do Sul, quer que ele ajude a aprovar a CPMF.

Cabral, amigo de Simon, também quer. Michel Temer, presidente do PMDB, disse a Simon que o partido não poderá faltar em hora tão grave.