Título: Ato pró-CPMF foi proposto por Cabral, alega Pezão
Autor: Lamego, Cláudia; Costa, Célia
Fonte: O Globo, 30/11/2007, O País, p. 17

CONFRONTOS NO CONGRESSO: Serra evita falar sobre o tema

Vice-governador convoca prefeitos para defender o imposto

O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, confirmou que está organizando para hoje, no estado, uma manifestação de prefeitos a favor da prorrogação da CPMF, como noticiou ontem Ricardo Noblat em seu blog no Globo Online e no GLOBO. Mas negou que o ato tenha sido um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- A manifestação foi uma iniciativa do governador Sérgio Cabral, que tem ligado para senadores amigos e pedido votos a favor da CPMF. A bancada do Rio vai votar pela prorrogação. O governo do Rio é grato ao presidente Lula. Estamos recebendo R$3,4 bilhões do PAC. Há muitos anos não chegam tantos recursos para o estado. E a CPMF não pode acabar - disse Pezão.

O vice-governador não soube dizer quantos prefeitos participarão do evento, que ocorrerá durante a visita de Lula ao estaleiro Mauá, em Niterói, onde o ele participará da assinatura do contrato para a construção de quatro navios para o transporte de derivados de petróleo. Embora seja o anfitrião da visita em Niterói e pertença ao PT, o prefeito Godofredo Pinto (PT) não havia sido comunicado ontem do ato pró-CPMF. Outro prefeito petista do estado, Lindberg Farias, de Nova Iguaçu, também não recebera qualquer convite.

- Estamos chamando todos os prefeitos, de todos os partidos. Eles virão acompanhados de seus secretários de Saúde, que defendem os recursos da CPMF para suas áreas - desconversou Pezão.

Ao lado do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Sérgio Cabral fez ontem um discurso inflamado a favor da manutenção do imposto. Serra disse que não falaria sobre o assunto, já que a questão está sendo tratada apenas internamente pela bancada do PSDB no Senado.

- Não estou falando sobre isso - repetiu Serra.

Logo a seguir, o governador de São Paulo acabou ouvindo uma longa defesa da CPMF.

- A contribuição, que não é um imposto, e, portanto, não é repassada para estados e municípios, tem transparência em seu controle e é fundamental para o país - disse Cabral.

O governador do Rio fez apelos aos políticos pela aprovação da manutenção da cobrança por ser o "imposto que financia o Estado brasileiro".

- É uma cobrança absolutamente correta, e tenho certeza de que o Senado terá uma decisão serena. Eu confio na maturidade dos políticos - acrescentou Cabral.