Título: Mulheres são tratadas como resto
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 02/12/2007, O País, p. 12
Relatório vai indicar necessidade de reforma do sistema prisional.
BELÉM (PA). O diagnóstico a ser apresentado pelo grupo vai mostrar um quadro dramático da situação da mulher encarcerada no país. Serão confirmados problemas como maus tratos e superlotação, e virão à tona outros menos conhecidos, como uso excessivo de drogas ilícitas, repressão por parte de agentes policiais.
As primeiras constatações feitas pelo grupo, que envolve vários ministérios e está sob a coordenação da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, dão conta de que há dificuldade em saber a real situação das presas: quantas estão em regime semi-aberto, fechado e provisório.
O documento irá afirmar que falta espaço específico para mulheres nos presídios e que elas, em unidades não-exclusivas, são tratadas como "resto". A insalubridade é outro problema: celas com insetos e roedores, saneamento precário, muita sujeira, paredes mofadas, pouca ventilação e muitos vazamentos.
Outra constatação é a presença considerada excessiva de agentes masculinos nas penitenciárias femininas. O relatório vai recomendar que a presença dos homens se restrinja a áreas externas e proteção. Os espaços de visitas íntimas foram considerados inadequados.
O relatório vai afirmar que são imensos os problemas, as discriminações e os maus tratos sofridos pelas mulheres e que é preciso uma reforma de fato do sistema prisional.
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