Título: Meta é ficar entre as dez maiores até 2012
Autor: Novo, Aguinaldo; Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 01/12/2007, Economia, p. 44

SÃO PAULO. Para o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, com a operação anunciada ontem a empresa vai competir "de igual para igual" no mercado petroquímico mundial, com a meta de ficar entre as dez maiores do setor em valor de mercado até 2012. Segundo ele, a Petrobras "deixa de ser uma ameaça, uma competidora às empresas privadas na petroquímica brasileira, para ser uma aliada".

Lino Rodrigues

O que significa essa consolidação de ativos para o setor no país?

JOSÉ CARLOS GRUBISICH: É um fato determinante na estratégia de crescimento e de competitividade das empresas petroquímicas brasileiras. Há tempos que a Braskem trabalha para criar uma empresa integrada com escala e autonomia tecnológica para poder competir de igual para igual com as grandes companhias internacionais, não só no mercado brasileiro e latino-americano, mas no mercado global da petroquímica.

O que muda agora na atuação da empresa? Como será essa nova Braskem?

GRUBISICH: Temos uma união de forças importante com a Petrobras, que deixa de ser uma ameaça, uma competidora às empresas privadas, para ser uma aliada e participar ativamente do desenvolvimento estratégico dessas empresas. Isso dá mais clareza ao rumo estratégico da Braskem. Queremos ser, até 2012, uma das dez principais petroquímicas do mundo em valor de mercado.

A maior participação da Petrobras na Braskem não pode criar dificuldades nas decisões estratégias da nova companhia?

GRUBISICH: Não há conflito de interesse. Estamos alinhados sob um modelo de governança que atende à necessidade da Petrobras, como minoritário relevante, para que ela participe das principais decisões sem ficar na posição de decidir na petroquímica brasileira quem vai ganhar ou quem vai perder esse jogo no longo prazo.

Quais são os gargalos, as dificuldades, que podem atrapalhar os planos da Braskem?

GRUBISICH: Temos mais oportunidades que limitações. Evidente que é sempre bem-vinda uma política industrial que crie condições melhores, financiamentos de longo prazo, carga tributária menor, menor retenção de ICMS nas operações de exportações. Mas acho que as condições estão dadas para que as empresas petroquímicas brasileiras realmente tenham um movimento importante de crescimento.