Título: PT: Berzoini e Jilmar Tatto disputarão segundo turno
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 05/12/2007, O País, p. 12

Cargos de comando ficarão mais divididos entre tendências.

SÃO PAULO. Os deputados federais Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto vão disputar o segundo turno das eleições para a presidência nacional do PT, no próximo dia 16. Até ontem à noite, com cerca de 99% dos votos apurados, o PT encerrou a contagem com a certeza de segundo turno entre Berzoini e Tatto. Berzoini teve 129.191 votos (43,75%), contra 60.578 de Jilmar Tatto (20,51%). Na terceira colocação segue José Eduardo Cardozo, com 55.891 (18,93%). O PT apurou 317.372 votos e ainda aguardava urnas com cerca de mais 5.000 votos. Em 2005, votaram 314.926 filiados. A expectativa era de que a participação tenha superado 320 mil votos.

A divisão do poder interno sofreu pequenas mudanças: a CNB (Construindo um Novo Brasil), de Berzoini, ficou com 42,91%; o grupo de Tatto com 19,69%, e o de Cardozo com 16,84%. A Articulação de Esquerda, de Pomar, ficou com 11,13%.

Uma das surpresas que os dirigentes petistas tiveram nas urnas foi a quantidade de votos brancos. Com 96% das urnas fechadas, 14.590 petistas (5%) do total de petistas que foram às urnas no domingo votaram em branco nos candidatos e 24.759 em branco nas chapas internas, que indicarão os futuros dirigentes do partido. Votaram nulos para candidatos 5.606 petistas e para as chapas, 5.695.

- Não é possível avaliar o motivo de tantos votos em branco. Teremos que verificar como foram as votações para os municípios. Pode ser, por exemplo, que o militante estivesse mais interessando nas chapas locais- disse o secretário-geral do PT, Joaquim Soriano.

Uma certeza dos petistas é com relação à distribuição interna do poder, com a quantidade de votos para cada chapa nacional do partido:

- O futuro presidente do PT não terá maioria do Diretório nem da Executiva Nacionais. É bom para a democracia interna - frisou Romênio Pereira.

Na prática, o grupo de Berzoini não terá mais de 50% do comando, como acontecia antes da crise do mensalão, quando detinha 51%. Berzoini disse ontem que ainda não iniciou as conversas para eventuais acordos no segundo turno eleitoral:

- Vou esperar a apuração. Depois avaliaremos o quadro.

Em nota, ele frisou a participação de Lula: "Do mais anônimo militante ao presidente da República, nosso companheiro Lula, nós, petistas, reafirmamos o compromisso com a democracia e o Brasil". Berzoini fez um apelo ao seu grupo por empenho no segundo turno.