Título: Indústria brasileira vende 8,2% mais
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Fonte: O Globo, 05/12/2007, Economia, p. 33

Uso da capacidade instalada é recorde: 84,3%. Firjan diz que Rio terá R$107 bi.

BRASÍLIA e RIO. As vendas da indústria brasileira tiveram aumento real de 8,2% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, e o uso da capacidade industrial alcançou 84,3% - maior índice da série, iniciada em 2003. Os dados foram divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em setembro, o índice estava em 82,9%. Mesmo desconsiderando fatores sazonais, o número ainda é recorde: 82,8%, contra 82,5% em setembro. Os empregos no setor registraram expansão de 4,6%, e a massa salarial subiu 5,4%.

- Todas as variáveis são melhores que as de 2006 - disse Paul Mol, economista da CNI.

Nos dez primeiros meses do ano, as vendas industriais subiram 4,9% em relação a igual período de 2006, e o pessoal empregado cresceu 3,7%. Já a massa salarial aumentou 5%, ou 1,3% de crescimento real.

Em 2007, as vendas cresceram em 17 dos 19 setores analisados. Segundo a CNI, houve queda só nos setores de produtos químicos e de materiais eletrônicos e comunicação. Este último setor sofreu por três razões: a base de comparação de 2006 é alta por causa da Copa do Mundo; houve forte substituição de itens nacionais por importados; e compras foram adiadas por conta do lançamento da TV digital.

Lista da Firjan inclui projetos sem previsão de iniciar obras

Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), divulgada ontem, mostra que o estado vai receber investimento de R$107 bilhões de 2008 a 2010, valor bem superior aos R$69,5 bilhões do levantamento 2006-2008. A Firjan listou 90 projetos que devem gerar 310 mil empregos diretos e indiretos. Mas entre eles estão Angra 3 e o trem-bala Rio-São Paulo, ambos sem previsão de início de obras.

- Não existe estado no país que vá receber esse volume de recursos - afirmou o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

Pelas contas da Firjan, 37% dos investimentos totais virão da Petrobras, sem incluir o Complexo Petroquímico do Estado do Rio, também da companhia. O setor siderúrgico terá 60% do investimento da indústria de transformação (R$29,2 bilhões). O projeto que mais consumirá recursos é o Fazenda São Bento da Lagoa, em Maricá: R$8 bilhões para três resorts, que ainda dependem de licença ambiental. (Henrique Gomes Batista e Cássia Almeida)