Título: Ações polêmicas da PF
Autor: Prates, Maria Clara
Fonte: Correio Braziliense, 20/04/2009, Política, p. 2

Operação Satiagraha (8 de julho de 2008) ¿ A prisão do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, do ex-prefeito Celso Pitta e do investidor Naji Nahas desencadeou um princípio de crise entre os três poderes: Judiciário, Executivo e Legislativo. O delegado Protógenes Queiroz, presidente do inquérito, foi afastado das investigações, e o então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, caiu por ter ajudado, com a participação de servidores da Abin, a operação policial. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, criticou o uso excessivo de escutas telefônicas e deu fôlego à CPI dos Grampos, que resolveu prorrogar seus trabalhos até maio.

Operação Toque de Midas (16 de setembro de 2008) ¿ O diretor executivo do Departamento de Polícia Federal, Romero Menezes, segundo homem na hierarquia da corporação, é preso por suspeita de vazar informação para beneficiar seu irmão José Gomes de Menezes Júnior, investigado por suspeita de envolvimento em fraudes de licitações no Amapá e Pará, ação que teve como alvo o empresário Eike Batista. Foi o diretor Luiz Fernando Corrêa quem deu voz de prisão ao ex-colaborador.

Operação Castelo de Areia (25 de março de 2009) ¿ A operação apurou supostos crimes financeiros, fraudes a licitações e doações irregulares a partidos políticos por parte da construtora Camargo Corrêa. Numa nova queda de braço com o Judiciário, Luiz Fernando Corrêa atribui à Justiça a divulgação das informações que citavam legendas de oposição e preservavam os petistas, mas o PT não aparece no relatório final. Deputados de oposição reagiram e condenaram uso político da PF.